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sábado, 12 de junho de 2010

ESTALEIRO: Cid expressa ´profunda tristeza´


Um dos principais defensores da instalação de uma nova indústria naval no Ceará, o governador Cid Gomes, declarou, ontem, sentir "profunda tristeza" com a possibilidade de o estaleiro Promar Ceará acabar buscando localização em um outro Estado. A preocupação veio depois da afirmação do presidente da PJMR - empresa que encabeça o estaleiro "virtual" -, Paulo Haddad, de que já negocia com outros estados a ida do empreendimento. "O Brasil passou muito tempo comprando navio de fora e gerando os empregos lá fora. Há uma nova determinação agora da Vale e da Petrobras de comprar de fornecedores locais. A indústria naval tende a se expandir muito no País".

"O Rio de Janeiro já está a 100% da capacidade. Pernambuco começou e já tem o maior estaleiro da América Latina, e a gente tá perdendo essa oportunidade", disse.

A informação de que o empresário estaria procurando outros estados surgiu após divulgado estudo encomendado pela Prefeitura de Fortaleza, que aponta as praias de Fortaleza como as menos viáveis para o empreendimento, e do Pecém e de Camocim como as mais propícias.

Para Paulo Haddad, o estudo não condiz com a realidade, e ele não aceita outras alternativas que não a capital.

Estado não determina local

Em relação a isso, Cid Gomes afirmou que o governo estadual não tem como apontar, determinar a localização do estaleiro. "Quem diz o local é quem tem conhecimento pra isso, e quem fez estudo pra isso, estudo mesmo, é o empresário. O empresário não vai dar murro em ponta de faca. Ele sabe o que permite a ele ter um empreendimento ou não", destaca.

"No início, eu ponderei e insisti para que fosse no Pecém. Eles [os empresários da PJMR]foi que, a partir de estudos, da constatação da capacidade de investimentos, concluíram pela incapacidade do Pecém. Se pudesse Camocim, ia soltar rojão, se pudesse em Aracati, em foz de rio, em Amontada, Acaraú, eu ia soltar rojão. Porque, pelo meu gosto, eu prefiro no Interior, que é mais necessitado de empregos que a região metropolitana", completou o governador. O chefe do Executivo estadual defendeu os empresários afirmando não ser "capricho" da parte deles a recusa pela praia do Pecém.

Esperança
Cid declarou-se, entretanto, esperançoso de que seja encontrada uma solução para a situação, levando-se em conta os pontos positivos do empreendimento para o Ceará. "Além de gerar imediatamente 1500 empregos diretos e 5 mil indiretos - emprego é uma coisa que a gente precisa muito no Ceará -, o Estado compreende absolutamente como estratégico e importante o estaleiro. Mas é mais do que isso, é a possibilidade, a porta de entrada num setor que vai gerar muitas outras oportunidades. É a porta de entrada de um possível segundo, terceiro projeto, que vai gerar 5, 10 mil oportunidades, num setor que o Brasil vai crescer". Em relação ao estudo apresentado pela Prefeitura, o governador declarou: "eles podem ter tido toda a boa intenção de fazer um levantamento. Mas isso é um setor muito especializado, e quem tem experiência com isso são os empreendedores, que vão investir, ou não, e eles, mais do que ninguém, sabem o que é melhor, onde pode e onde não pode. Eu nunca entrei nesse mérito, eu nunca escolhi local. Isso não é um empreendimento público, é privado". (SS)

PROMAR CEARÁ
Praias do NE e Sul na mira de Haddad


Sem data definida para o anúncio de Luizianne Lins sobre o estaleiro, o empresário busca nova área "sem polêmicas"

Depois que a Prefeitura de Fortaleza descartou a possibilidade de o Estaleiro Promar Ceará se instalar na orla da Capital cearense, estados das regiões Nordeste e também do Sul do País entram, agora, na mira da PJMR, empresa sócia do equipamento. "Estamos com nosso pessoal visitando vários estados do Nordeste e do Sul. Estou prospectando, para ver o melhor local, uma área sem polêmica e com vocação naval", revelou ontem, o sócio da PJMR, Paulo Haddad, após admitir que, dificilmente, a posição contrária possa ser revertida, mesmo após a conversa da prefeita Luizianne Lins, com o presidente Lula da Silva, prevista para a próxima quinta-feira, dia 17, em Brasília.

"A posição da Prefeitura é tão óbvia, que não deixa dúvidas", declarou Haddad, para quem "a prefeita sempre se posicionou contrária (ao estaleiro), mas também considera que sempre foi coerente". O que esperávamos, acrescentou, era que ela, ao conhecer melhor o projeto, mudasse de opinião.

Um estudo promovido pela Prefeitura, abordando questões ambientais, sociais, urbanísticas e logísticas, classificou a linha de praia do Pecém como a ideal para o empreendimento.

Maré baixa
Apesar da "maré baixa" contrária, Paulo Haddad disse que "não desiste" e que vai aguardar a posição oficial de Luizianne Lins, ou até quando for convocado pela Transpetro, para assinar o contrato para construção dos oito navios gaseiros. Após o convite, ele terá 15 dias úteis, para apresentar documentos de posse da área de construção do estaleiro e a licença prévia de instalação do empreendimento. O prazo final marcado pela Transpetro é 30 de junho.

O empresário reconhece que no Ceará não há bacias, enseadas ou áreas de praias abrigadas. Ele ressaltou que o Porto do Mucuripe foi construído em uma ponta de praia, criada artificialmente, assim como o Titanzinho, para assegurar a expansão do porto. Conforme disse, foi esse fator, além de estudos náuticos, uma legislação pertinente, condições de maritimidade e mão-de-obra disponível na área, que o levou a apostar no local. "Mas hoje, a Cidade tem o olho voltado para o turismo", aquiesceu.

Sem veredito

O secretário municipal de Infraestrutura, Luciano Feijão, rebateu ontem, informações de Haddad de que o projeto original do estaleiro no Titanzinho seria mais caro do que no Pecém. "O custo no Titanzinho é de R$ 205 milhões, superior aos R$ 134,5 milhões, do Pecém", disse Feijão, sem revelar quando a prefeita finalmente vai expressar sua decisão .

Um comentário:

Anônimo disse...

Se fosse uma boite a prefeita teria assinado de primeira, más como é um empreendimento que vai gerar riquezas para a região e trabalho para uma classe menos favorecida, ela recusa assim como recusa o avanço de tecnologia local. É uma pena, estou me formando em engenharia mecãnica e me sinto como se as portas estivessem fechando para um investimento de 60 mil reias que fiz na minha profissão. Quem vai pagar todo este investimento que fiz, procurando melhorar o meu estado, municipio, minha condição social. O nosso governador é um homem sensato é uma pena que a prefeita que ele apoiou nas urnas não a seja.