As filas de bancos
diminuíram com a expansão das caixas eletrônicas. Atualmente precisa-se ir
menos às agências bancárias que, exceto em dias de pagamentos, estão
relativamente vazias. Não tem sentido se perder horas em uma fila para sacar o
dinheiro da cerveja do fim de semana. Hoje se faz quase tudo no caixa ou pela
Internet.
A tecnologia facilita
enormemente a vida. Você passa o cartão na fenda da máquina, escolhe a opção
desejada, aperta uns poucos botões, preenche lacunas na sequência solicitada e
pronto: lá vem o dinheiro, o extrato ou o recibo de pagamento.
Nada mais simples para quem
nasceu na geração cibernética. Mas será tão simples assim para os idosos? A
maioria mal lida com o controle da TV, exceto para ligar-desligar e trocar
canais. SAP, timer, program e close caption são mistérios ainda não
desvendados.
Quem nunca assistiu
impaciente na fila da caixa eletrônica os apuros da velhinha diante dos botões?
É um passa-repassa de cartão. Cancela daqui, senha inválida dali, operação não
concluída invariavelmente. Dá vontade de ajudar a coitada, mas o receio de
passarmos por malandros nos planta nervosamente na fila que não anda.
Agora vai, nasce uma
esperança. Mas o dinheiro teima em não sair. Ela parece desistir, tem o desespero
no olhar, mas tenta “pela última vez”. Não pede ajuda, o moço do banco disse
que é perigoso. O senhor na porta parece tão sério. Não, agora consigo! O
zum-zum-zum é geral.
Um demonstra pena, outro
indignado pergunta por que mandam uma velha coroca mexer com o que não sabe.
Finalmente deixa o caixa. Conseguiu vozinha, pergunto com delicadeza. Ela p...
da vida responde. “Que nada, diz que falta um tal de crédito”.
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