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sexta-feira, 20 de abril de 2012

DOENÇA: Câncer de mama reúne 10 tumores diferentes, diz estudo


câncer de mama reúne dez subtipos de tumores diferentes entre si, descoberta que representa um grande avanço para os tratamentos personalizados contra a doença, explicou nesta quarta-feira à Agência Efe Carlos Caldas, quem lidera o grupo de cientistas do trabalho.

Uma pesquisa envolvendo 20 cientistas das Universidades de Cambridge (Reino Unido) e British Columbia (Canadá) conseguiu identificar dez subtipos de câncer de mama, assim como algumas das diferenças genéticas e moleculares entre os mesmos.

O estudo, cujas conclusões publica nesta quarta-feira na revista científica britânica ''Nature'', consistiu em analisar o DNA de 2 mil tumores por meio da tecnologia mais moderna de raios X, durante cinco anos.
''O câncer de mama não é só uma doença, mas dez doenças distintas, realmente diferentes entre si a partir do ponto de vista clínico e biológico, já que nelas intervêm diferentes genes. Isto representa uma perspectiva completamente nova de olhar o câncer'', explicou à Agência Efe o pesquisador principal do estudo, o médico português Carlos Caldas, da Universidade de Cambridge.
Os pesquisadores encontraram dezenas de genes envolvidos no câncer de mama desconhecidos até agora, o que poderia servir como novo caminho para o tratamento no futuro.
''Conseguimos identificar genes que eram muito abundantes em um tipo de tumor, mas que estavam praticamente ausentes em outros tipos'', acrescentou Caldas.
A descoberta sobre estes genes e o das classes de tumores nas quais estão envolvidos servirá para elaborar tratamentos personalizados - consistentes em avaliar fatores como a informação genética, os antecedentes familiares e a histórico clínico do paciente - para cada tipo de câncer de mama.
Só em um dos dez subtipos identificados, os cientistas descobriram uma presença significativa de gene hereditário, denominado Bric1, que predispõe o câncer de mama.
Entre os dez subtipos descobertos, um desconhecido até agora chama a atenção dos pesquisadores, já que todos os indícios apontam que o sistema imune seja capaz de reconhecer a presença da doença e tentar combatê-la.
''Surpreendentemente, neste caso observamos uma atividade interessante dos linfócitos, o que sugere que o sistema imune provavelmente reconhece estes tumores e reage contra eles'', detalhou o pesquisador.
''Se pudéssemos investigar por que nestes tumores o sistema imune é ativado, poderíamos tentar encontrar formas para estimular o sistema imunológico para combater outros tipos de câncer de mama'', afirmou Caldas.
Até agora, as pesquisas do câncer de mama e suas causas estavam em estado inicial, já que para que os resultados sejam significativos é preciso utilizar uma mostra muito ampla de pacientes.
As conclusões do estudo de Caldas equivalem a encontrar ''um novo mapa contra o câncer de mama tanto no âmbito clínico quanto no laboratorial''.
Assim, os testes clínicos do futuro deverão levar em conta esta informação e concentrar-se em cada um dos tipos descobertos.
Em nível biológico, as pesquisas serão muito mais precisas, porque é ''impossível'' para uma só equipe abranger toda a tipologia, opinou o médico, cujo laboratório vai se centrar em uma e duas classes de tumores.
Embora não descarta que exista algum tipo adicional além dos dez identificados, Caldas acredita que estes são os principais e que, a partir de agora, os pesquisadores encontrarão as ramificações de cada um deles. 


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