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quinta-feira, 30 de junho de 2011

AUTOMOTIVO: Automático, Sandero marcha para o conforto com a versão 2012012


Na virada de 2007 para 2008, o Sandero chegou com espaço de médio por preço de compacto, o mesmo tipo de receita oferecida também pelo Logan, sedã que empresta a plataforma ao hatch. Logo no primeiro teste, porém, o Sandero deu sinais sonoros e visuais que precisava evoluir. O modelo fazia barulho interno além do aceitável, e o acabamento deixava a desejar.


O tempo passou e o modelo melhorou. Na linha 2012, as linhas mudaram um pouco. Há quem prefira o antigo, porém as alterações na dianteira e na traseira mostram uma renovação. Por outro lado, a isolação acústica está bem melhor, e agora a Renault passa a oferecer opção de câmbio automático. O Sandero automático tem quatro marchas e custa R$ 43.490. A opção está disponível apenas na versão Privilège, com motor 1.6 16 válvulas (112 cv). Comparado ao Sandero Privilège manual, a diferença é de apenas R$ 3.090. E com a ressalva de que o motor que acompanha a transmissão manual é o 1.6 de oito válvulas (95 cv).


O modelo mostrou boa agilidade no trânsito, e apresentou menos trancos do que a transmissão automática dos conterrâneos Peugeot (207, 307, etc.) e Citroën (C3, C3 Picasso...). Em comum, todas têm quatro marchas. No Sandero, a Renault informa que a caixa vem com nove programas, para se adaptar ao estilo de condução do motorista. Assim, ela pode oferecer desde respostas mais suaves até um estilo mais esportivo.


Tudo isso é feito automaticamente, e o motorista não dispõe de nenhum botão para selecionar entre o modo econômico e esportivo. É possível também mudar as marchas manualmente, com toques na alavanca. O seletor conta com as opções D, N, R e P.
Embora tenha apresentado bom comportamento no uso urbano e rodoviário, o Sandero sofreu na subida íngreme existente no caminho de casa.


Lá, a falta da quinta marcha ficou evidente, porque em segunda a rotação caiu abaixo de 2.000 rpm, fazendo o desempenho diminuir demais. Quando forcei a redução para primeira com o kick down (pé no fundo), o ponteiro do conta-giros subiu para mais de 5 mil giros. Ou seja, nessa situação não há meio termo: ou a rotação sobe demais em primeira ou o desempenho cai demais em segunda. Uma relação mais próxima entre as marchas (solução normalmente trazida pela quinta marcha) talvez resolvesse o problema.


Fora isso, o Sandero mostrou desempenho convincente. A marcha selecionada aparece no display digital no centro do painel. O motorista, aliás, depende dele, porque a guia da alavanca não é iluminada. Instintivamente a gente olha para a alavanca para engatar a marcha, mas à noite a única coisa iluminada ali é o botão de seleção de terreno escorregadio (aquele tradicional símbolo de neve, que serve também para lama ou gramado, por exemplo). Nesse caso, o carro sai em segunda marcha, em rotação mais baixa, para evitar patinagem.


Mesmo tendo evoluído sob alguns aspectos (ruído e acabamento), em algumas coisas o Sandero ainda precisa melhorar. Caso do marcador de combustível: ele continua tão confiável como uma nota de R$ 3,00. Ele informa que o reservatório permanece cheio mesmo depois de o carro rodar quase 200 km, o que é um evidente exagero. Durante o teste, todas as barras continuavam acesas, apesar de o computador de bordo indicar que o veículo já havia gasto 28 litros (ou mais da metade do tanque de 50 litros).


Outra falha está no sistema de ajuste do relógio: é preciso segurar o botão pressionado até que ele passe pelas 24 horas, mesmo que você queira apenas acertar alguns minutos. Por outro lado, o computador de bordo mostrou precisão. Só senti falta de um termômetro para a temperatura externa.


A maior virtude do Sandero – espaço interno – continua intacta. O hatch parece aqueles apartamentos antigos, com pé direito bem alto. Para onde você olhar, sobra espaço. Nenhum outro carro dessa categoria consegue acomodar cinco ocupantes, tamanho G. O Sandero se assemelha a um apartamento antigo também por causa de outro aspecto: várias vezes, ao bater a tampa traseira, a luz de teto despencou, e ficou presa apenas pela fiação.
Continuo achando que no projeto do Sandero a função foi muito mais determinante que a forma. O espaço é nota 10. Já o estilo está bem longe disso. Particularmente, acho o visual lateral muito mal resolvido. Nessa versão automática, a tampa traseira é muito poluída: tem a palavra “Sandero” no centro, “Renault” no lado esquerdo, “automatic” no lado direito e “HiFlex” no vidro. É quase um outdoor ambulante.

O Sandero Privilège vem de série com trio elétrico, ar, direção hidráulica, som com comandos na coluna de direção, etc. Os vidros elétricos não dispõem de um toque nem para o motorista. E a coluna de direção, embora seja regulável, tem ajuste apenas na altura, e não em profundidade. Os únicos opcionais são freios ABS, airbag duplo, terceiro apoio de cabeça no banco traseiro e volante revestido de couro.

TESTE AUTOESPORTE 
0 a 100 km/h 13,5 s
40 a 80 km/h 7,1 s
Consumo urbano 6,3 km/l
Consumo rodoviário 9,1 km/l

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