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quinta-feira, 31 de março de 2011

MIGRAÇÃO: :Ipece quer investimentos no Interior para impedir êxodo


Um maior investimento em infraestrutura nos centros urbanos e políticas públicas direcionadas para fixar a população rural na sua região se fazem necessárias a curto prazo. Caso contrário viver nos grandes conglomerados do Ceará ficará bastante difícil. Pelo menos é o que afirma o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), em virtude da população rural do Estado ter registrado uma taxa negativa de crescimento geométrico (-0,50%) na última década, significando a perda de 11.278 habitantes

Para se ter uma ideia, 106 cidades do Estado apresentaram queda na taxa de crescimento da população rural. Ou seja, 57,60%. O maior deles foi no município de Itaitinga, que em 2000, tinha uma população rural de 2.671 habitantes, e agora conta com apenas 252, uma variação de -21,03% de crescimento geométrico.

Além disso, 21 cidades apresentaram queda no crescimento total, a maior delas foi em Guaramiranga, com -3,11%, em 2000 o total de habitantes era de 5.714, e agora é 4.165.

Urbana

Já a população urbana apresentou um aumento de 1.028.672 habitantes, alcançando uma taxa igual a 1,78%, confirmando assim um processo de crescimento urbano. A análise do Ipece foi baseada no Censo 2010, e destacou também o aumento da participação populacional do Estado em relação ao Brasil e a Região Nordeste.

O diretor geral do Instituto, Flávio Ataliba Barreto, atribuiu o crescimento da população do Ceará, a uma menor migração inter-regional, em virtude de um maior estabilização econômica e política. O dinamismo da economia, o Produto Interno Bruto (PIB) e taxas de crescimento, acima da média nacional, foram citados por ele como os principais atrativos.

"A ampliação do programas sociais também é um fator preponderante, caso contrário teríamos uma tendência migratória. Mas temos que observar também, que se o cearense está aqui, ele está tendo negócios, isso gera riquezas, possibilidade de empregos e novas tarefas", avaliou.

Em números de cidadãos o Ceará, na última década, registrou um aumento absoluto em sua população de 1.017.394 habitantes, o que equivale a um crescimento relativo de 13,69%. Ou seja, em 2000 tínhamos 7.430.661 habitantes, já em 2010 esse quantitativo chegou a 8.448.055.

Em termos percentuais, a população estadual correspondeu a 15,92% da população da Região Nordeste, que é de 53.078.137, e a 4,43% da população do Brasil (190.732.694), em 2010.

Em contrapartida o estudo observou um movimento migratório significativo dentro próprio Ceará, ou seja, a saída dos habitantes da zona rural pra zona urbana, ocasionando uma superlotação desses conglomerados, principalmente de Fortaleza e Maracanaú.

Essa tendência é evidenciada na redução da participação da população masculina em relação a população total das pequenas cidades no Estado, e o aumento da participação masculina nas grandes cidades.

Ações

A Secretaria das Cidades informa que possui uma política de desenvolvimento local e regional que inclui elaboração de projetos especiais em diferentes áreas para evitar o êxodo rural para as cidades. E apontou três grandes programas. O primeiro deles é desenvolvido em todo o Estado. Os outros dois são projetos localizados em duas regiões.

O Projeto Arranjos Produtivos Locais (APL) busca capacitar e investir no produtor do interior. Utiliza como seleção para as realizações de seus programas as associações ou cooperativas. Segundo a assessoria, a Secretaria lança editais, sendo o último concluído em 2010, a fim de captar beneficiários para garantir o crescimento e o desenvolvimento nas áreas produtivas e financeiras de todos os envolvidos. O projeto atua em 183 municípios do Estado.

Já o "Cidades do Ceará - Cariri Central" promove o desenvolvimento econômico, melhora a infraestrutura urbana e amplia as capacidades institucionais dos municípios para a gestão regional do Cariri Central.

Para o programa serão investidos US$ 66 milhões, sendo US$ 46 milhões financiados junto ao Bird (Banco Mundial) e o restante de contrapartida do Governo do Estado.

O ´Cidades do Ceará´ está baseado em cinco importantes eixos estruturadores : turismo ecológico e de esportes e aventura, religioso, cultural, artesanato, científico e de eventos e negócios. O terceiro projeto é o ´Cidades do Ceará- Baixo Jaguaribe e Baixo Acaraú´. Os projetos vão executar obras consideradas estruturantes para as regiões.

PAÍS

Fortaleza tem a maior densidade populacional

Fortaleza é a capital brasileira com maior densidade populacional por km² em 2010. Ou seja, são 7.815,70 habitantes por Km². Esse resultado reflete a necessidade de maiores investimentos por parte do poder público nas áreas de infraestrutura, saúde, educação, segurança, entre outras. Essa é a avaliação do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), não só para Capital, como também para as demais cidades que registram esse aumento.

No Ceará, depois da Capital, os municípios de Maracanaú, Juazeiro do Norte e Eusébio são os mais densamente populosos, e também condensam as maiores riquezas do Estado. Em virtude disso, e pela atração populacional que essas cidades tem, o Ipece acredita na necessidade imediata de se aumentar a oferta da qualidade serviços.

"Caso contrário teremos um agravamento pior na década que se segue. Como o aumento da violência e da desigualdade social e populacional", apontou o diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba Barreto.

Ele frisou a responsabilidade prioritária do poder público para desconcentrar e reverter esse processo natural, a criação de universidades e incentivos ao desenvolvimento de outros centros urbanos foram citados como alternativas. Além disso, a criação e o respeito ao Plano Diretor foram apontados como alternativas.

Programas

O Projeto Cidades do Ceará - Baixo Jaguaribe e baixo Vale do Acaraú vai ser iniciado este ano, é um planejamento de longo prazo, orientado pelo conceito de reestruturação territorial, a partir do fortalecimento dos polos e regiões estratégicas e da consolidação de uma rede de cidades. A Secretária de Cidades acredita que esse projeto tem a meta de reestruturar e desenvolver as regiões do Baixo Jaguaribe e baixo Vale do Acaraú. O custo total é US$ 106 milhões.

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