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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

TELEFONIA: Tarifas praticadas no Brasil ainda são altas


Ao lado da qualidade do serviço de telefonia, embora tenham aumentado o número de linhas e área de cobertura das empresas, o ambiente competitivo, contudo também ainda não impactou de forma positiva nos preços ofertados ao consumidor. Sobretudo no caso da telefonia móvel, a grande vedete do processo de universalização dos serviços de telecomunicações no País.O que aconteceu em todo o Brasil foi que o celular pré-pago vem substituindo o telefone fixo, por não ter assinatura básica, porém com valor de ligação bem mais caro.

Telefone é um direito

"Ter uma linha telefônica não é um privilégio, mas um direito do consumidor, dada a essencialidade do serviço, mas os custos ainda são muito representativos. As tarifas ainda são altas. Elas precisam ser módicas, que permitam que mais usuários possam ter acesso ao serviço", argumenta Hércules do Amaral, presidente da Comissão Nacional de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Se até a privatização do sistema de telefonia a principal barreira para os consumidores terem uma linha telefônica era o alto valor da habilitação, após 1998, o preço foi consideravelmente diminuído, mas o custo para a permanência passou a ser demasiado alto.

Pesquisa atesta cobrança

De fato, pesquisa divulgada, no ano passado, pelo Diálogo Regional sobre a Sociedade de Informação (Dirsi), organização que reúne profissionais e instituições que atuam na área de tecnologia da informação e comunicação, o Brasil tem as maiores tarifas de telefonia celular pré-paga entre os países da América Latina e do Caribe.

De acordo com o estudo, o consumidor brasileiro paga US$ 45,01 por mês por uma cesta de serviços. Na Jamaica, onde o custo é o menor da região, a mesma cesta custa quase 20 vezes menos: US$ 2,2.

Os dados da pesquisa dizem respeito ao segundo trimestre de 2009. Entre os 20 países pesquisados na América Latina e no Caribe, Honduras ocupa a segunda posição do ranking de maiores tarifas, com custo mensal de US$ 25,69. Uruguai (US$ 21,70), México (US$ 19,88), Argentina (US$ 19,43) e Venezuela (US$ 19,43) aparecem na sequência.

Custo médio entre países

O custo médio mensal entre os 20 países consultados é de US$ 15. Numa mostra ampliada de 62 países, que inclui membros da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e países emergentes do Sul Asiático - como Filipinas e Malásia -, as tarifas de telefones pré-pagos no Brasil são também as mais altas.

Conforme o Dirsi, o brasileiro chega a pagar mais para utilizar o celular que consumidores dos Estados Unidos, da Espanha, do Reino Unido, de Portugal, da Bélgica e da Suíça, para citar alguns países. 

CONTRA QUEIXAS
Operadoras afirmam investir na rede

Diante das queixas dos usuários em relação à qualidade do atendimento e do serviço prestado, as operadoras de telefonia defendem-se ao afirmar que estão atentas às observações da clientela e que constantemente investem na qualidade e na ampliação da cobertura de sua rede.

Procurada pela reportagem, a Claro informa que investe permanentemente na melhoria dos seus serviços no Estado, instalando antenas e melhorando a sua cobertura". Sem divulgar valores, para este ano, a empresa diz que continuará com seus investimentos na região. No ano passado, a operadora aponta que mais 19 municípios cearenses passaram a contar com seus serviços GSM.

Segundo a Oi, porém sem abrir a cifra por estados e regiões, só de janeiro a setembro de 2010, foram investidos R$ 1,41 bilhão em todo o Brasil. "Desse total, quase 78% foram destinados à expansão da cobertura de telefonia móvel em todas as regiões, além da ampliação da velocidade e da oferta dos serviços de banda larga e de transmissão de dados".

Atenção às queixas

A Tim, por sua vez, faz questão de frisar que "está atenta às observações de seus clientes do Estado do Ceará e informa que, para correções de falhas pontuais, vem realizando diversas ações de melhoria em sua rede".

A empresa reforça ainda que "preza pela qualidade dos serviços e entende que, para que seus clientes tenham a melhor experiência de uso, é necessário investir em infraestrutura". Só no triênio 2009-2011, a operadora aponta que aplicará R$ 3,8 bilhões para melhoria e ampliação de sua rede no País.

Maioria é 3G

A Vivo reforça que também não fica atrás na questão qualidade e investimento. De acordo com a prestadora de serviço de telefonia móvel, 100% dos municípios (59), atendidos por ela no Ceará já são 3G. "Isso corresponde a mais de sete vezes a cobertura dos concorrentes", destaca em nota ao Jornal. Para 2011, o foco da empresa é atingir 2800 municípios com tecnologia 3G em todo o Brasil, de acordo com o projeto Vivo Internet, divulgado, no ano passado, e isso inclui o Ceará. No entanto, afirma que ainda não tem disponível o investimento a ser realizado.

Com relação a casos citados na reportagem, como o do município de Cariré, na região Norte, a operadora informa que há uma semana equipe técnica da Vivo está trabalhando na área. "Por conta das fortes chuvas, o sistema tem apresentado falhas, mas não chega a parar. Porém está sendo resolvido e a previsão é de que até a última sexta-feira tenha sido normalizado", declarou.

ANCHIETA DANTAS JÚNIOR
Repórter

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