ACARAÚ SEM TERMINAL RODOVIÁRIO, ATÉ QUANDO?

Páginas

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SHOW: Acaraú e o Jeito "kitsch" do Brasil ser


O timbre da voz e a forte presença de palco fazem de Sidney Magal um ícone da música. Sem medo de rótulos e assumindo seu lado brega, o cantor revela o que o púbico pode esperar hoje, no II Festival Internacional do Camarão da Costa Negra, em Acaraú
Ele é considerado "kitsch", mas por muito tempo foi chamado de cantor de brega. Cafona ou não, atire a primeira pedra quem nunca ousou cantarolar- nem que embaixo do chuveiro - um trechinho de "Sandra Rosa Madalena" ou "Meu sangue ferve por você". Magal foi um fenômenos de vendas na década de 1970 e continua muito bem, obrigado!

É ele quem faz o show de abertura hoje do II Festival Internacional do Camarão da Costa Negra, em Acaraú. Há muitos anos sem fazer shows abertos no Ceará, o cantor explica os rumos de sua carreira. "O que acontece atualmente com minha carreira é interessante. Venho fazendo muitos shows corporativos e festas. Minha agenda é lotada, mas não pode divulgar porque são eventos fechados. Faço muito show, o que sempre foi uma característica da minha carreira".

Quando sobe ao palco para suas apresentações, Magal garante que a energia permanece a mesma de há 33 anos - quando começou. "Faço um show enérgico, me movimento muito, danço. Acho que é por isso que os jovens curtem tanto", arrisca. O que mudou é o figurino. Agora, de terno ou blazers coloridos, o showman aposentou as blusas transparentes, os sapatos de salto e a vestimenta à la cigano. "Eu sou um senhor de quase 60 anos. Seria ridículo se continuasse com essas roupas. Podem até me chamar de brega, mas de ridículo nunca me chamarão", conta aos risos.

O repertório é um apanhado desses 33 anos de carreira, com direito a todos os hits "Se te agarro com outro, te mato", "Sandra Rosa Madalena", "Amante latino", "Meu sangue ferve por você", "Tenho", "A moça" e muitos outros. Além de versões de músicas de Lulu Santos e Rita Lee. "O show é antigo. A gente se sente na obrigação de trazer coisas novas, mas o público quer os hits. a gente acaba sendo escravo dos sucessos".

Prestes a gravar seu próximo CD, Magal conta que a previsão é que o disco - com canções inéditas e versões de músicas latinas - seja lançado logo após o carnaval. "As músicas são muito boas, modéstia à parte. O CD, provavelmente, se chamará "Coração latino" e é bem dançante. Depois quero gravar o 2º DVD em um show em São Paulo".

Ele continua no ritmo latino, mas confessa que gostaria de poder ser mais eclético em seus álbuns. Bagagem ele tem dos anos em que cantou em boates e em churrascarias. "Aprendi que tem música pra todo mundo. Queria poder cantar Vinícius de Moraes, que era meu primo, e músicas de Ivan Lins, que é meu compositor preferido, mas nunca deu", confessa Magal, que elege Pitty como um talento jovem.

Brega é pop
Aos 57 anos, o cantor exibe maturidade em relação à fama. Ele diz não se incomodar por não tocar nas rádios nem em não estar sempre na mídia. "Eu tive momentos na minha carreira que nunca mais viverei. Fui o número 2 do País por quatro anos. Seria muita pretensão minha achar que hoje eu venderia igual a Ivete Sangalo, que faria show igual a ela", argumenta o cantor que jura que não planeja nada. "Quem faz projeto é engenheiro, arquiteto".

Sobre o preconceito enfrentado - seja pela vestimentas ou pelas músicas exageradas -, ele garante que tira de letra. "Não é que eu sou brega. O Brasil que assumiu sua breguice. O que vende por povão é considerado brega. O axé, o Calypso, o sertanejo e o pagode são o quê? Brega!".

Magal encarna o cigano, o don juan latino no palco. Hoje o efeito entre a mulherada é o mesmo? "Elas ainda fazem um alvoroço. As que têm a minha idade dançam, botam rosa no cabelo, gritam, mas não jogam calcinhas nem tem mais aquela histeria. E as mais jovens cantam, pulam e agem com uma admiração e respeito. E é só isso que eu quero", garante ele, casado há 30 anos com Magali, com quem tem três filhos.

A família, por sinal, é seu grande foco. "Sou feliz com eles. Não morreria se não pudesse mais cantar. E ter uma família e uma vida como a minha é fácil envelhecer".

Festival do Camarão Programação

Dia 12 (sexta)

21h - Show com as bandas Dona Zefa e Sidney Magal

Dia 13 (sábado)
21h- Show com Manolo Otero e Luciano Bruno

Dia 14 (domingo)
21h - Show com a banda Caribbean Kings e Bete Nascimento

Os shows acontecem na Praça de Alimentação da Fazenda Cacimbas.em Acaraú. A entrada é franca. Confira toda a programação no http://www.costanegra.com.br

Nenhum comentário: