Após reforma e restauro, a Igreja Nossa Senhora da Conceição e a Fachada do Seminário da Prainha, no antigo e aristocrático bairro do Outeiro, ganharam nova vida. Os espaços guardam capítulos significativos da história do Ceará
Quem passa pela lateral norte, que corresponde à avenida Monsenhor Tabosa, número 60, em frente ao Centro Dragão do Mar, não deixa de perceber a elegância e a austeridade dos 48 janelões, em estilo neoclássico, datados do século 19, limpos e conservados. Além dos sinos, da frente triangular, das torres octogonais, tudo rendado com a beleza dos azulejos possivelmente portugueses.
Os bancos de madeira de lei da Igreja ainda estão do lado de fora, mas os oitões do altar-mor e as naves centrais e laterais estão prontos, quase preparados para a solenidade de entrega, em 13 de agosto próximo, do bem tombado desde 2008 pelo Estado.
A data marcará, também, a saída do padre diocesano Francisco Manfredo de Thomaz Ramos, que, durante longos 45 anos, foi o responsável direto pela formação de pretendentes ao sacerdócio, religiosos ou leigos, que se dedicaram ao estudo de Filosofia ou Teologia, "na mais antiga escola de nível superior da Capital".
A história do moço que chegou aqui aos 31 anos - hoje, aos 76, elevado a Monsenhor Manfredo - se confunde com a do Seminário. O garoto que aos 16 anos saiu do município de Acaraú, na região Norte do Ceará, para estudar na Pontifícia Universidade Gregoriana, como aluno do famoso Colégio Pio Brasileiro de Roma, agora entrega a direção geral do patrimônio histórico ao padre Antonio Almir Magalhães de Oliveira.
Quem passa pela lateral norte, que corresponde à avenida Monsenhor Tabosa, número 60, em frente ao Centro Dragão do Mar, não deixa de perceber a elegância e a austeridade dos 48 janelões, em estilo neoclássico, datados do século 19, limpos e conservados. Além dos sinos, da frente triangular, das torres octogonais, tudo rendado com a beleza dos azulejos possivelmente portugueses.
Os bancos de madeira de lei da Igreja ainda estão do lado de fora, mas os oitões do altar-mor e as naves centrais e laterais estão prontos, quase preparados para a solenidade de entrega, em 13 de agosto próximo, do bem tombado desde 2008 pelo Estado.
A data marcará, também, a saída do padre diocesano Francisco Manfredo de Thomaz Ramos, que, durante longos 45 anos, foi o responsável direto pela formação de pretendentes ao sacerdócio, religiosos ou leigos, que se dedicaram ao estudo de Filosofia ou Teologia, "na mais antiga escola de nível superior da Capital".
A história do moço que chegou aqui aos 31 anos - hoje, aos 76, elevado a Monsenhor Manfredo - se confunde com a do Seminário. O garoto que aos 16 anos saiu do município de Acaraú, na região Norte do Ceará, para estudar na Pontifícia Universidade Gregoriana, como aluno do famoso Colégio Pio Brasileiro de Roma, agora entrega a direção geral do patrimônio histórico ao padre Antonio Almir Magalhães de Oliveira.
Muito a ser feito
Mas o restauro e a reforma promovidos pelas Secretarias de Turismo e Cultura do Governo do Estado do Ceará, por meio do Programa de Desenvolvimento de Turismo do Nordeste (Prodetur), são só o começo do que precisa ser feito naquele conjunto arquitetônico. Do lado de fora está tudo bem, mas lá dentro ainda se nota muito a ser feito.
As longas alas do seminário, com seus arcos e pátios ajardinados, as duas tamarineiras plantadas por Padre Antonio Thomaz, tio-avô de Monsenhor Manfredo, ainda inspiram cuidados. O local onde Padre Cícero morou e estudou e que, posteriormente, foi palco para batalha contra os padres Lazaristas, fundadores do Seminário em 1864, em defesa do milagre de Juazeiro, guarda por todos os lados resquícios de intervenções desordenadas.
Até a capela recém-restaurada, ligada à residência arquiepiscopal, onde, por sinal, o Papa João Paulo II celebrou e dormiu quando veio ao Brasil, em 10 de julho de 1980, está ofuscada pelo ar do esquecimento. Sem falar na urgente modernização, ou adaptação, da Biblioteca do Seminário, que possui cerca de 100 mil volumes, com mais de seis mil livros raros, ainda mal acomodados.
Mas há outra boa nova além do restauro das fachadas e da volumetria do Seminário da Prainha, que no ano da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, completará seu sesquicentenário (150 anos), "sem interrupção de formação eclesiástica". É a recente criação da Faculdade Católica de Fortaleza, "canônica e civilmente promulgada".
Monsenhor Manfredo, que esteve à frente das muitas transformações registradas na instituição ao longo das últimas décadas, conta que, em 1966, foi fechado o Seminário Provincial de Fortaleza e, no ano seguinte, nasceu o Instituto Superior de Cultura Religiosa (Iscre), abrindo as portas também para a acolhida aos leigos.
"Em 1973, inauguramos a Faculdade de Filosofia de Fortaleza (Fafifor), fechada por motivos políticos internos em 1988", afirma Manfredo. Em 1996 foram criados os dois Institutos: Teológico-Pastoral (Itep) e o de Ciências Religiosas (Icre), ambos incluindo cursos de Teologia aprovados pelo MEC. A fusão dos dois, agora, resulta na Faculdade Católica de Fortaleza. "Sonho realizado de Dom José de Medeiros Delgado, Dom Aluísio Lorscheider, Cardeal Cláudio Hummes, Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, Dom Manuel Edmilson da Cruz, e de tantos outros". Com a mudança, os gestores estão articulando o primeiro Mestrado em Teologia do Norte/Nordeste.
FIQUE POR DENTRO
O SeminárioO conjunto formado pela Igreja de Nossa Senhora da Conceição e pelo Seminário da Prainha, associado a uma capela interna, contígua à residência do Bispo, ocupa o quarteirão definido pelas ruas Tenente Benévolo (sul), Almirante Jaceguai (leste), Monsenhor Tabosa (norte) e Dom Manuel (leste). No ano da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, o conjunto arquitetônico completará 150 anos de atividades como importante centro de formação da história do clero cearense, aberto a religiosos e leigos. Este ano, os antigos Institutos: Teológico Pastoral (ITEP), e de Ciências Religiosas (ICRE), se uniram, ou foram extintos, e passou a existir a Faculdade Católica de Fortaleza.
Mais informaçõesENTREGA OFICIAL da primeira parte do restauro da Igreja Nossa Senhora da Conceição e da Fachada do Seminário da Prainha. Dia 13 de agosto, às 20h30min. Entrada pela rua Tenente Benévolo. Contatos: 3219.9023 / catolicafor@fortalnet.com.br.
caderno3@diariodonordeste.com.br
NATERCIA ROCHAREPÓRTER
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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