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terça-feira, 24 de abril de 2012

NUTRIMAR PESCADOS: Investimentos em ações faz com que aumente consumo no o mercado interno



Mais rico e exigente, o consumidor brasileiro gasta R$ 400 bilhões por ano em alimentos e leva o agronegócio a adotá-lo como cliente preferencial. Um exemplo é Rubens Sales, de Acaraú no Ceará, que montou uma empresa de pescados para abastecer as principais cidades brasileiras. Ações como essa se espalharam pelo país nos últimos anos e são consequência da explosão do consumo de alimentos. Com mais dinheiro no bolso, o consumidor nacional sofisticou seu cardápio, fazendo com que a agroindústria brasileira deixasse de mirar somente a clientela internacional para valorizar mais o mercado interno. 


Não é para menos: somente em alimentos, o mercado brasileiro gerou negócios de R$ 300 bilhões em 2011, com crescimento de 96% nos últimos cinco anos, segundo números da Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (Abia). Para 2012, a expectativa é chegar a R$ 400 bilhões. 


O bom desempenho das vendas internas não afetará as exportações do agronegócio, que devem alcançar US$ 100 bilhões neste ano, com destaque para o complexo soja, açúcar, carnes e produtos florestais. Mas o mercado doméstico está crescendo como nunca se viu antes, o que obriga as agroindústrias a rever suas estratégias de venda, que agora obrigatoriamente precisam considerar o que está acontecendo dentro de casa. 

Um produto que teve o consumo fortemente alterado nos últimos cinco anos foi o camarão, largamente consumido pelas famílias das classes B e A, mas que agora pode ser encontrado também nas mesas da classe C. “A classe média está gastando a mesma quantidade de dinheiro que a classe alta. A diferença é que eles compram o camarão menor e em mais quantidade, enquanto as classes A e B costumam optar por menos volume do camarão maior”, diz Rubens Sales, proprietário da Nutrimar Pescados, empresa criada com o objetivo específico de abastecer o mercado interno. Quando foi inaugurada, em 1996, a Nutrimar vendia 40.000 quilos de camarão por ano no mercado interno, volume que saltou para 4 milhões de quilos em 2011. 


“Por meio de uma pesquisa, detectamos que os consumidores não sabiam como preparar o camarão. Investimos em ações, como o lançamento de um livro de receita elaborado por chefs de cozinha, e atraímos novos clientes”, diz Sales, que atualmente tem nove fazendas de produção de pescados e camarão no Ceará. 

Nos últimos anos, a produção agroindustrial brasileira vem conseguindo atender de forma consistente e eficaz ao acelerado crescimento do mercado interno. Porém, forças contrárias poderosas continuam a atuar. Os gargalos cada vez mais críticos na infraestrutura de transportes e comunicação e a alta carga tributária colocam em risco a competitividade do agronegócio nacional e podem comprometer sua capacidade de responder à aceleração do consumo de alimentos que se projeta para as próximas décadas.

Com informações do Portal da Revista Globo Rural

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