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domingo, 15 de janeiro de 2012

Turismo e Qualidade nos Serviços




Alex Pongitori Silveira é formado em Turismo pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR. Professor e Coordenador dos cursos de Guia de Turismo e Hospedagem da EEEP Marta maria Giffoni. Acredita, com todas  suas forças, que o Turismo ainda vai mudar, pra melhor, a realidade de nossa cidade. E é colunista aos domingos do Blog de Notícias Acaraú, Vivendo e Sempre Aprendendo!


Turismo e Qualidade nos Serviços

Na semana passada falei um pouco sobre alguns bons motivos que acabam tornando interessante o investimento de um dado destino no Turismo: falei de geração de emprego; geração de renda; fomento à preservação cultural; entre outros. Mas quer saber outra boa razão pra se investir no segmento? Qualidade nos serviços.

Ouso dizer aqui que não há, sequer, uma pessoa que, esteja lendo esse artigo, que não tenha sido mal recebida naquela pizzaria que costuma ir aos finais de semana com a família, ou naquela farmácia, ou em qualquer outro estabelecimento comercial de nossa cidade. Infelizmente ouço bastante coisas do tipo “a comida é ótima, mas o atendimento é péssimo”. 

Eu mesmo já passei por situações constrangedoras quando tudo que eu queria era tomar uma cerveja e conversar com os amigos, tranquilamente, depois de uma semana de trabalho. O fato é: essa questão é bem mais grave do que parece. O que percebemos, às vezes, é que em certos lugares, nos receber é um favor que nos fazem, quando na verdade, enquanto clientes, é meramente o contrário.

Mas onde eu quero chegar com isso? Bem, investir em Turismo também é investir na Cadeia Produtiva do Turismo, mas antes de continuar, permitam-me explicar o que é isso:
        A cadeia produtiva do turismo abrange diversos segmentos da economia. Além dos segmentos diretamente relacionados como Marketing e Serviços Turísticos, Agenciamento de Viagens, Transporte, Hotelaria, Gastronomia, Entretenimento e Lazer, Eventos e Conferências, Atrações Culturais e Ecológicas; os setores de infra-estrutura básica e serviços públicos (saneamento, abastecimento de água e energia, telecomunicações, segurança e saúde) e o comércio em geral têm forte interação com o “setor”.  (CNI – Confederação Nacional das Indústrias)
Vejam só um turista sai de sua residência e ao longo de sua viagem vai ‘consumindo’ serviços: Companhia Aérea > Táxi > Hotel > Restaurante > Agência Receptiva > Companhia Rodoviária > Banco >Supermercado > Farmácia > Hospital > Casa Noturna > Policiamento > Barraca de Praia > Saneamento

Entendam esse esquema como uma ‘corrente’ e como toda corrente, essa é formada por elos. Elos dentro de elos. Fortalecendo a cadeia e agregando valor ao destino. Percebam, também, que no esquema acima temos infraestrutura turística (hotel, agência, companhia aérea, entre outros), infraestrutura de apoio ao turismo (restaurante, farmácia, banco, entre outros) e serviços públicos. Cada um desses fatores contribui com o outro dentro da Cadeia Produtiva do Turismo, basta que apenas um deles realize um mal serviço para que o trabalho de todos os outros seja desconsiderado, infelizmente é assim que funciona.

Mas voltando ao assunto, investir em Turismo é investir nessa ‘corrente’ e consequentemente investir na qualidade da prestação de serviços desses ‘elos’ que a formam. Algumas pessoas não se incomodam em serem atendidas por um garçom de bermudão e chinela de dedo, mas um simples uniforme já muda nossa percepção de, pelo menos, quão bom possa ser o lugar. 

O turista geralmente é um consumidor mais exigente que nós, residentes, por tanto, investir neles, é investir em nós, que freqüentamos, no dia-a-dia, esses lugares, que vamos ao banco, que almoçamos com a família naquele restaurante ou que nos juntamos aos amigos naquela casa noturna. Nós também merecemos ser bem recebidos.

Aos donos de qualquer estabelecimento, deixo a dica: se você acha que não tem nenhum problema em continuar com aquela sua atendente que mal sabe falar português, que insiste em não se cuidar e que ainda por cima é ignorante, repense bem isso. Não são apenas os turistas que deixam de freqüentar um lugar por conta do mal atendimento. Nós também cansamos.

Alex Pongitori Silveira
Turismólogo

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