Líderes partidários do PT, PSB e PMDB tentam desenhar um cenário ideal de união para as disputais eleitorais nos municípios cearenses.A realidade de cada local, contudo, se sobrepõe a qualquer tentativa de salvar a aliança.
Embora seja evidente que haverá conflitos entre os partidos da base aliada no Interior, o discurso hoje é de que a manutenção da união é primordial, mas somente “onde for possível”. Em Juazeiro do Norte e Acaraú, por exemplo, é tida como certa a disputa entre partidos da base aliada. Entre PT, cujos prefeitos disputam a reeleição, e PMDB. Em Sobral, reduto eleitoral do governador Cid Gomes (PSB), o ex-deputado Oman Carneiro (PRB) ameaça entrar na disputa contra o atual prefeito Clodoveu Arruda (PT). Ambos são ligados aos Ferreira Gomes.
Para o deputado federal José Guimarães (PT), vice-líder do governo Dilma Rousseff (PT) na Câmara, é fundamental manter a aliança em Juazeiro do Norte e em Sobral. “O governo (do Estado) vai buscar até o último minuto a aliança”, diz Almicir Pinto, secretário-adjunto do Gabinete do Governo do Estado. “Onde tiverem dois candidatos da base, o governador não vai (apoiar nenhum). O governador não sobe em palanque contra amigo”, completa.
Segundo Joaquim Cartaxo, vice-presidente do PT estadual e coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), a aliança é prioridade. “O partido irá fazer todos os esforços para ter essa aliança na maioria dos municípios do Ceará. Onde esse arco de alianças não se concretizar, não será por tensionamento do PT.”
Influência de Fortaleza
Para os representantes desses partidos, é pouco provável que uma disputa mais acirrada no Interior possa prejudicar a aliança na Capital. No entanto, se houver ruptura na Capital, é quase certo que a aliança estará desfeita no Interior.
Sobre uma declaração de Ciro Gomes de que o PSB deveria romper com o PT na Capital, Cartaxo minimiza. “O governador, presidente estadual do PSB, quer a aliança. A prefeita, presidente estadual do PT, também”, diz afastando a possibilidade de tensão em torno da aliança em Fortaleza. “A declaração de Ciro não influencia”, diz Cartaxo. O PT já anunciou que será responsável por indicar o nome do candidato à sucessão de Luizianne Lins. Caberá ao PSB avalizar a decisão.
O deputado estadual Daniel Oliveira (PMDB), sobrinho do senador Eunício Oliveira (PMDB) - responsável pela estratégia do partido no Estado -, diz não acreditar em ruptura da aliança na Capital. Contudo, seu correligionário, o deputado federal Danilo Forte, tem feito duras críticas à administração petista e não nega o desejo de ser candidato pelo partido. “Eu acho que esse modelo foi um fracasso, porque nasceu em acerto feito a portas fechadas”, diz Danilo. “Repeti-lo é burrice”. O deputado diz que de zero a dez, a chance de o PMDB lançar candidato em Fortaleza é de 7,5.
Fonte: Portal do Jornal O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário