A conexão com a internet, um dos recursos mais modernos a chegar às TVs, já conquista espaço entre os brasileiros. Dados da consultoria GfK, mostram que as TVs conectadas representaram 20% do total de TVs de tela fina vendidas no Brasil em março de 2011. Isso mostra que pelo menos uma em cada cinco TVs recém-adquiridas no País permite navegar pela internet. “Há um ano essas TVs não representavam quase nada no mercado”, diz Gisela Pougy, gerente de negócios da GfK. No total, mais de 660 mil TVs de tela fina foram vendidas no período.
De acordo com a GfK, os modelos com telas de 40 e 42 polegadas representam 50% das TVs com internet vendidas no Brasil em março de 2011. As TVs com 32 polegadas, um dos formatos mais populares, ficam em segundo lugar com 27% das vendas. “As TVs menores que 32 polegadas ainda não têm participação neste mercado”, diz Gisela. A Sony é a única fabricante a oferecer internet em TVs com 22 e 26 polegadas no Brasil.
Apesar do número, as TVs conectadas ocupam pouco espaço no mercado brasileiro, se comparado com outros países. Na Alemanha, por exemplo, os aparelhos com o recurso representavam 19,8% das vendas que chegaram a 7,6 milhões de unidades em 2010. Nos países da Europa, Ásia e nos Estados Unidos, as TVs conectadas chegaram às prateleiras no início de 2009, depois da estréia durante a Consumer Electronics Show (CES) 2009, principal feira de tecnologia do mundo realizada em Las Vegas (EUA).
Quando os novos modelos chegaram ao Brasil faltavam poucos meses para o final de 2009 e muitas delas só chegaram às lojas, de fato, no início de 2010. Com o novo recurso, os fabricantes tentaram chamar a atenção dos consumidores que procuravam uma nova TV para assistir aos jogos de futebol da Copa do Mundo, realizada na África do Sul. Modelos que ofereciam imagem com alta resolução (HD) e tecnologia 3D, no entanto, levaram vantagem e as TVs conectadas, segundo a GfK, representaram somente 0,9% das TVs de tela fina vendidas no Brasil em 2009.
Em 2010, as vendas de TVs com internet representaram 7,3% do mercado. Os fabricantes ampliaram o número de TVs de suas linhas que ofereciam o recurso: na linha da Sony, todos os 27 modelos lançados no período tinham conexão com a internet. No caso da LG, 25 modelos da linha 2010 ofereciam a plataforma NetCast. “Essa primeira versão trouxe um ambiente de navegação fácil que apresentou este novo hábito ao usuário”, explica Daniel Almeida, gerente de produto de televisores da LG. Durante o ano passado, o número de pessoas com banda larga em casa, fundamental para acessar conteúdos da web na TV, também aumentou de 29 milhões para 35 milhões, o que pode ter influenciado na compra de aparelhos com a nova tecnologia.
A expansão nas vendas, segundo a Sony, colocou o Brasil em quinto lugar entre os países com maior número de acessos por meio das TVs conectadas da linha Bravia. “As pessoas se acostumaram com o conceito ativo dos PCs que permitem escolher um conteúdo a qualquer momento e querem interagir com a TV da mesma maneira”, diz Luciano Bottura, gerente de produto da linha Bravia da Sony Brasil. Estados Unidos, Japão e Inglaterra são os três países que mais acessam a internet por meio da plataforma da Sony.
A evolução da internet na TV
Na primeira geração de TVs com internet, o usuário acessa as funções e conteúdo da internet por meio de um botão do controle remoto. Na tela, aparecem ícones (mais conhecidos como widgets) de empresas parceiras dos fabricantes que criam conteúdo específico para TVs, como o iG. Contudo, só é possível navegar na internet por meio dos widgets existentes, que oferecem recursos pré-configurados como feeds de notícias, previsão do tempo, vídeos e redes sociais. “O canal mais assistido é o do YouTube”, diz Bottura.
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YouTube: um dos conteúdo mais assistidos em TVs conectadas |
No início de 2011, no entanto, os fabricantes mostraram novas apostas para o mercado de TVs conectadas durante a CES. A segunda geração dos aparelhos aprimorou os recursos que, além de widgets, agora incluem um navegador web - parecido com o usado em computadores, mas com algumas limitações - e de aplicativos que podem ser instalados a partir de uma loja - assim como em smartphones e tablets. LG, Panasonic e Samsung anunciaram suas novas plataformas, chamadas de SmartTV, Viera Connect e SmartTV, respectivamente. “Já temos desenvolvedores criando novos aplicativos que poderão ser baixados para a TV, como jogos e simulados para vestibular”, diz Almeida.
Acesso a serviços como vídeo sob demanda ou jogos casuais ganharam mais força a partir de então. Locadoras de filmes por streaming, como a NetMovies, fecharam parcerias com fabricantes de TVs para prestar o serviço por meio de um aplicativo. Dessa forma, usuários podem navegar pelo catálogo de filmes disponíveis e alugar títulos em casa. Como a plataforma elimina parte dos gastos das empresas, além de cômodo, o serviço fica mais barato, vantagens que atraem novos consumidores.
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Adoção da tecnologia LED |
As TVs conectadas devem se popularizar rapidamente no Brasil, a exemplo de outras tecnologias emergentes como tocadores de Blu-ray e as TVs com telas de LED. “O Brasil já tem adoção de Blu-ray e TV LED próxima a de países mais desenvolvidos, em parte porque esses produtos sofreram uma queda de preço muito rápida”, diz Gisela. O mercado brasileiro de tocadores de Blu-rays cresceu 158% em relação ao primeiro trimestre de 2010, de acordo com a GfK, enquanto a venda de TVs LED aumentou quase 880%, colocando a tecnologia em 3 de cada 10 TVs vendidas no Brasil no último ano.
Ao contrário da primeira geração de TVs conectadas, a segunda está chegando mais rápido ao Brasil, apesar de ainda apresentar preços altos para a maioria dos consumidores. A partir de maio, TVs com as novas plataformas já podem ser encontradas nas lojas. De acordo com os fabricantes, a primeira versão das TVs conectadas continuará nas prateleiras e, com a chegada da nova geração, a tendência é que fique mais barato ter uma TV conectada na sala de estar.
Fonte: Portal IG
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