A partir do final de janeiro, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo vai oferecer cirurgia de troca de sexo a mulheres que se sentem homens, atendidas no Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, na cidade de São Paulo.
Os procedimentos consistem na remoção do útero dos homens transexuais -mulheres que se sentem homens. Os pacientes serão encaminhados para o hospital estadual Pérola Byington para avaliação e realização da histerectomia -retirada do útero.
O hospital terá capacidade para realizar até cem cirurgias. Os transexuais terão atendimento personalizado, com quartos individuais e equipe treinada. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, já há cinco transexuais a serem encaminhados ao hospital para avaliação de histerectomia.
A Secretaria ainda deve encaminhar os homens transexuais para cirurgia de retirada de mama.
“Trata-se de uma grande vitória contra a discriminação e a legitimação dos direitos desta população”, diz Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP.
Em setembro de 2010, o Conselho Federal de Medicina divulgou uma nova resolução sobre a assistência a transexuais no Brasil. A partir daquela data, o CFM passou a considerar que os procedimentos de retiradas de mamas, ovários e útero no caso de homens transexuais (aqueles que se identificam com o gênero masculino, embora tenham nascido com sexo biológico feminino) deixam de ser experimentais e podem ser feitos em qualquer hospital público ou privado que siga as recomendações do Conselho.
O tratamento de neofaloplastia -construção do pênis- ainda não foi liberado e permanece em caráter experimental.
Previsto em lei
Desde 2008, a cirurgia para mudança de sexo faz parte da lista de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso se deu através da portaria n.º 1.707 do Ministério da Saúde.
Segundo o ministério, uma pessoa se submete a uma cirurgia de mudança de sexo na rede pública a cada 12 dias. Nos últimos dois anos, os hospitais públicos realizaram 60 cirurgias dessa natureza.
O órgão informa ainda que o valor médio do procedimento, sem o tratamento, é de R$ 1,3 mil. Na rede privada, pode chegar a R$ 30 mil.
ENTENDA A NOTÍCIA
A preparação para a cirurgia de mudança de sexo dura, no mínimo, dois anos, e é feita por uma equipe que inclui endocrinologistas e psiquiatras.Geralmente é necessária mais de uma intervenção até que o novo órgão genital esteja perfeito estética e funcionalmente .
Fonte: Jornal O POVO Online
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