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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

FALTA INFRAESTRUTURA: Distrito industrial de Acaraú carece de planejamento


Em meio à euforia do Governo do Estado e dos municípios por atrair novos empreendimentos para o interior do Estado, os distritos industriais mais antigos já sinalizam que planejamento urbano e infraestrutura são preocupações tão importantes quanto a geração de emprego e renda. A industrialização do Ceará sempre foi uma meta perseguida por administrações estaduais e se vê agora em momento de descentralização. Cidades como Jaguaribe, Morada Nova, Marco, Iguatu e Acaraú já vislumbram a concentração de empresas para se unir aos já tradicionais distritos industriais da Grande Fortaleza, Sobral e Região do Cariri.

Em Maracanaú, o DIF I e o DIF III, que concentram quase 200 empresas, enfrentam problemas de mobilidade urbana, com o fluxo pesado de caminhões dividindo o mesmo espaço de transportes coletivos e pequenos veículos da população local. De acordo com o presidente da Associação das Empresas dos Distritos Industriais (Aedi), Edilson Teixeira Júnior, cidadãos e empresas já sofrem com a falta de planejamento à longo prazo. "O poder público não prepara para a aproximação das cidades. Maracanaú tem a cidade no entorno e ela está cada vez mais próxima às indústrias", explica.

Infraestrutura precária

Para Teixeira Júnior, a industrialização é um processo importante para o Estado, mas precisa ser sustentável. "O distrito industrial é uma via de acesso. Não se tem ciclovias, não tem transporte urbano, vias de acesso que compatibilizem o tráfego de carros e caminhões. Não se tem planejamento urbano que compatibiliza a harmonia entre os distritos e a cidade", avalia.

O presidente da Aedi acredita que se o Estado trabalhasse em conjunto com a iniciativa privada a questão da infraestrutura, o desenvolvimento poderia ser bem mais acelerado. "Toda a infraestrutura que se tem está ligada a acessibilidade, segurança, drenagem, ordenamento e crescimento das cidades. O que falta é o estado desenvolver a infraestrutura junto com as empresas. A agência capta a empresa com base em promessas. Quando ela vem se instalar, há atrasos. Está faltando uma clareza maior de propostas e o cumprimento de promessas", acredita o líder.

Desenvolvimento

O momento é de real atração de indústrias para o Ceará. Para o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Francisco Zuza de Oliveira, o Governo já está incentivando 285 empresas, das quais 86 já estão implantadas em 30 municípios cearenses. No interior, existem 27 implantadas. Para o presidente da Adece, a hora é de ampliar as empresas no território cearense.

"É importante ter distritos, mas mais importante é ter a indústria, produzindo, gerando emprego e renda. Claro que tendo o distrito se otimizam os custos, mas muitas vezes não é possível", explica.

O presidente da Adece ressalta investimentos inéditos, como da fabricante de sucos de fruta Itauera, que está instalada na cidade de Palhano. "Essa cidade nunca teve uma indústria. É a primeira que chega lá e já deve exportar", avalia. De acordo com Francisco Zuza de Oliveira, indústria de vários setores devem se instalar, desde confecção, energia, de todo o tipo que se possa imaginar. Nosso Estado hoje, nas regiões que estão em implantação, maioria é no Vale do Jaguaribe e Cariri". A primeira indústria a se instalar no DI de Maracanaú, com o projeto da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), foi a Ceará Laminado e Compensados S.A (Celaco).

GUSTAVO DE NEGREIROS
REPÓRTER


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