Em 2010, o Google introduziu 33 alterações no Orkut. Foi algo sem precedentes nos seis anos de vida da rede social de maior popularidade no Brasil. A intenção era clara: não perder um dos poucos territórios que o site ainda domina e manter seu público, que começa, de forma paulatina, a migrar para outras plataformas, como Facebook e Twitter. A própria rede social de Mark Zuckerberg já foi considerada por muitos analistas como o provável nome para derrubar a hegemonia do Orkut no país. Mero engano – por enquanto. Especialistas afirmam ao site de VEJA que, apesar do apoio cinematográfico de A Rede Social, que estreia na próxima sexta-feira, o Facebook não vai tirar o reinado do Orkut no país. Contudo, o processo de migração vai acontecer.
“O lançamento do filme vai garantir novos usuários ao Facebook, mas ultrapassar o Orkut não será fácil. Para ganhar o gosto da população brasileira, é necessário mais exposição nos veículos de massa”, garante Eric Messa, coordenador do curso de comunicação e mídias sociais da FAAP. De fato. Tirar o Orkut da liderança na categoria é, no mínimo, uma das tarefas mais complicadas para Zuckerberg.
Segundo dados do instituto Nielsen Ibope, o Orkut alcançou 27,1 milhões de usuários únicos em outubro de 2009, enquanto o Facebook registrava 6,6 milhões. Um ano depois, a rede social de maior popularidade no mundo registrou crescimento de 133%, chegando à marca de 15,4 milhões de visitas únicas. No entanto, o Orkut manteve a dianteira, com 29,1 milhões.
"Em 2004, o Orkut chegou ao Brasil como uma grande novidade. É um caso único. E não será fácil repetir o mesmo sucesso com o Facebook”, afirma Raquel Recuero, pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). No entanto, a pesquisadora reconhece que o Facebook deverá avançar ainda mais. “Por falta de inovação no Orkut, muitos usuários migraram para o Facebook. Mas sem apagar o perfil no Orkut”, diz.
O confronto entre os dois gigantes da web fica evidente, principalmente, no processo de renovação dos sites. Nos últimos meses, Facebook e Orkut vem travando uma batalha pela preferência do usuário que inclui copiar um ao outro. Os sites emulam modelos que, em algum momento, tiveram êxito e caíram no gosto dos cadastrados do oponente. Foi assim com o recente lançamento da ferramenta de grupos do Facebook; foi assim também com a valorização dos “aplicativos sociais”, como Colheita Feliz, no site do Google.
Fonte: Revista Veja
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