Metade da população mundial vive em áreas urbanas e já consome 70% de todos os recursos retirados da natureza. A informação foi divulgada recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU), em simpósio realizado em Curitiba. O quadro indica a necessidade dos municípios formularem políticas públicas para combater a degradação dos ecossistemas e valorizar o capital natural (água, solo, biodiversidade).
O alerta, que tem gerado grande preocupação, está no relatório “A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade para Políticas e Regionais”. Publicado simultaneamente na Bélgica, Índia, Japão e África do Sul, o documento traz a opinião de 140 especialistas em ciência, economia e política. A conclusão é que os serviços ambientais podem impulsionar as economias locais, gerar milhões de novos empregos e melhorar a qualidade de vida nos Municípios.
A ONU demonstra que a ecologia e a economia precisam trabalhar aliadas durante a formulação de políticas públicas. O relatório destaca a questão de valoração e impacto do uso e preservação dos recursos naturais. Segundo os especialistas, os recursos naturais necessários à sobrevivência do homem devem ser incluídos nas contas de planejamento das economias locais.
Segundo o relatório, três aspectos devem direcionar as políticas públicas: a distribuição dos benefícios da natureza, o uso do conhecimento científico disponível e o engajamento dos gestores e das comunidades envolvidas nas ações de preservação. O documento aponta, ainda, áreas protegidas e o aumento dos benefícios locais da conservação.
Também há orientações sobre os incentivos de recompensa da boa administração de capital natural local, tais como sistemas de pagamento localmente adaptados por serviços ambientais, certificação e rotulagem.
Esse é o primeiro de uma série de cinco relatórios. Eles serão levados à Convenção da Biodiversidade (COP-10) em Nagoya, no Japão. Ele contribui também para o Atlas Ambiental online da Agência Europeia de Meio Ambiente, com estudos de vários esforços que já vêm sendo feitos para associar ecossistemas e a biodiversidade nas iniciativas de políticas locais.
Fonte: Aprece
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