Mano Menezes disse "sim". Após a recusa de Muricy Ramalho, que preferiu seguir no Fluminense, o técnico do Corinthians afirmou nesta manhã de sábado, em uma rápida entrevista coletiva, no Parque São Jorge, que aceita o convite para ser o substituto de Dunga e ter como objetivo a preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
- Como vocês já têm conhecimento, ontem por volta das 19h30m ou 20h, recebi convite oficial da CBF para assumir oficialmente o comando técnico da Seleção. Tivemos uma conversa longa, Ricardo Teixeira e eu, e ele me expôs aquilo que a CBF tem como ideia para o projeto de 2014. Fiz questionamentos importantes, que entendi que deveriam ser feitos para uma análise mais longa, e pedi a ele depois da conversa, com a razão que sempre tento colocar nas minhas decisões, que pudesse encaminhar uma posição oficial a partir de agora. E é isso que vim aqui fazer: confirmar. Eu aceito o convite que o presidente me fez. Vamos ter a partir de agora o encaminhamento de algumas outras situações, porque vocês vão entender que, para mim, o fato é novo desde a noite de ontem. Para todo o Brasil, a partir de agora, digo que aceito o convite - anunciou.
Durante a entrevista, os jogadores Ronaldo, Elias, Dentinho, Julio Cesar, Roberto Carlos, Iarley e Alessandro invadiram a sala de imprensa do Parque São Jorge para cumprimentá-lo. Ao lado, o presidente Andrés Sanches, que contratou o treinador no fim de 2007, logo após o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, acompanhava tudo com os olhos marejados.
Questionado sobre o fato de ter aceitado o convite logo depois da recusa de Muricy Ramalho, que preferiu permanecer no Fluminense, Mano afirmou que não se sentiu preterido num primeiro momento pela CBF.
- Muito pelo contrário, me orgulho muito. Devemos ter no futebol brasileiro uns 50 excelentes profissionais. Se sou o segundo, estou bem colocado. E sou o segundo (atrás) do Muricy, que admiro muito como pessoa. Durante a semana, a questão foi encaminhada entre Muricy e Mano, Mano e Muricy... Não tenho de analisar por que o primeiro convite não teve sequência. O segundo foi feito para mim, e estou feliz e orgulhoso. Levei em consideração o que é preciso se levar neste trabalho - comentou Mano.
A apresentação oficial está marcada para segunda-feira, às 16h, em um hotel na Zona Sul no Rio de Janeiro. No mesmo dia, Mano Menezes anunciará sua primeira convocação, já que o Brasil tem amistoso marcado para o dia 10 de agosto, contra os Estados Unidos, em Nova Jérsei.
Antes de assumir o time nacional, Mano comandará o Corinthians pela última vez neste domingo, na partida contra o Guarani, no Pacaembu. Até segunda-feira, data do anúncio oficial da primeira convocação como treinador da Seleção Brasileira, Mano não pretende comentar sobre suas opções para o primeiro compromisso.
- Entendo a ansiedade e curiosidade de todos. Combinamos na conversa que tivemos que vou falar sobre Seleção Brasileira, planos e formação de comissão apenas a partir de segunda, quando será a apresentação. É o marco inicial para começar a falar de um novo projeto. Até domingo, vou continuar tendo o máximo de respeito que tive até aqui, levando como prioridade o que tenho de fazer. Sei que no domingo vocês vão voltar a me perguntar, mas, exatamente porque tudo é novo e porque devo conduzir como prioridade o Corinthians, vou falar na segunda-feira sobre convocação - disse.
Amistosos serão bastante comuns até a Copa de 2014, já que, por ser o país sede do Mundial, o Brasil não precisa participar das eliminatórias. Até lá, a Seleção disputará duas competições oficiais: a Copa América, em 2011, na Argentina, e a Copa das Confederações, em 2013, no Brasil.
Mano Menezes será o responsável por fazer a reformulação da equipe, que nas duas últimas Copas do Mundo, na Alemanha e na África do Sul, parou nas quartas de final. Segundo o presidente Ricardo Teixeira, essa primeira convocação do ex-corintiano terá uma base formada por jogadores que atuam no Brasil.
- Chego para ser técnico da Seleção com muito orgulho. A maioria dos técnicos do Brasil gostaria de estar no meu lugar e isso dá ideia do quão importante é o cargo. Vim escrevendo uma trajetória e pensava em um dia chegar à Seleção Brasileira. Acho que foi mais rápido do que pensava. Mas tenho por linha não fugir de convites importantes e aceitar novos desafios. Passa-se todo o tempo se preparando para uma situação grandiosa e essa é a mais grandiosa de todas. E isso é motivo de orgulho muito grande.
Fonte: Globo.com
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