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quarta-feira, 19 de maio de 2010

SECA VERDE E ENTRESSAFRA: Preço de verduras e frutas dispara


Os preços dos hortifrutigranjeiros comercializados na Ceasa (Centrais de Abastecimento do Ceará S/A) dispararam neste começo de semana. A redução na produção local, provocada por fatores climáticos ou por períodos de entressafra, e o custo com frete para trazer produtos de outros estados são os principais motivadores da alta que chegou a até 100%.

Dentre as frutas, a principal vilã foi a acerola, que dobrou de valor no período de um mês. O quilograma da fruta é comercializado na Ceasa por R$ 3,00. A mesma quantidade do produto custava R$ 1,50 em 15 de abril. De acordo com Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa, com a redução das chuvas nas principais regiões produtoras de acerola - São Gonçalo do Amarante, Maranguape, Pacatuba, Guaiuba e Paraipaba - os pomares não responderam à demanda do mercado. Em abril, o quadro foi oposto ao do corrente mês, com baixa de 16,7% frente ao preço médio do quilo praticado em março (R$ 1,80).

O segundo maior aumento registrado diz respeito ao mamão formosa e à melancia. O quilo de ambos, que custava R$ 0,50 em abril, passou ao valor de R$ 0,70. No caso do mamão, Girão explica que houve redução da colheita devido às fortes chuvas em Acaraú, Aracati e Limoeiro do Norte, resultando na perda de muitos mamoeiros. A melancia teve a safra reduzida principalmente no Baixo Jaguaribe. "Foi preciso trazer o produto de Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte para abastecer o mercado. O preço do frete contribuiu muito para encarecer o preço", afirma.

O mamão Havaí também precisou ser buscado fora do Ceará, resultando na elevação de 38%. Devido à redução da colheita, as regiões produtoras - Limoeiro, Quixeré e Russas - passaram a enviar o produto em menor escala ao mercado. A solução foi trazer mamão Havaí do Rio Grande do Norte e da Paraíba. O produto chegou a R$ 2,50/kg, superando o patamar de 15 de abril (R$ 1,80/kg).

Ficaram 25% mais caros o maracujá e a banana prata. O primeiro passou de R$ 2,40 para R$ 3,00 por quilo. A banana teve o preço do cento elevado de R$ 8,00 para R$ 10,00. "Além de ter reduzido a colheita do maracujá na Região da Ibiapaba, o Ceará também passou a abastecer outros mercados como Piauí e Maranhão, além do interior do Estado", argumenta o analista. Quanto à banana, a razão da alta é sazonal.

"Ela começou a entrar na entressafra, principalmente na microrregião do Maciço de Baturité. Com isso, passamos a buscar o produto em perímetros irrigados, além de Maranguape e Pacatuba, que abastecem o mercado com menor abundância", justifica. Embora com menor intensidade, frutas como abacaxi, goiaba e laranja pera também ajudam a encarecer a salada de frutas do cearense.

A unidade do abacaxi pérola médio passou de R$ 1,80 para R$ 2,00, entre 15 de abril e 17 de maio, revelando 11,1% de incremento. O quilo da goiaba aumentou 10% no período, de R$ 2,00 para R$ 2,20.

Enquanto isso o quilo da laranja pera aumentou em 8%, de R$ 1,20 para R$ 1,30.

Tomate mais barato

Da alta nos preços observada o na Ceasa só escaparam o chuchu, o tomate e o milho verde. O preço do cento do chuchu teve redução de 58%, sendo negociado a R$ 25,00 contra R$ 60,00 praticados em abril. "O chuchu requer muita água e como houve um bom período de chuvas no Maciço de Baturité, aumentou a oferta, reduzindo o preço", diz Odálio Girão.

O tomate baixou 33,3%. A caixa de 25 quilos foi vendida a R$ 40,00, ou seja, R$ 20,00 a menos do que custava em 15 de abril (R$ 60,00). Segundo o pesquisador, com a redução da safra na Ibiapaba, foi trazido tomate dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, onde os preços estavam mais compensadores.

Já o milho verde teve queda de 28,5%, com o cento caindo de R$ 35,00 para R$ 25,00.

HORTALIÇAS
Itens da salada também doem mais no bolso

A tradicional salada também pesará mais no bolso do consumidor. Quem aprecia hortaliças, sabe que a refeição principal também está mais cara, a começar pelo pimentão. O produto teve alta de 71,4%, considerando os dias 15 de abril e 17 de maio. Nesse período, a caixa de 12 quilos do produto aumentou de R$ 7,00 para R$ 12,00. Para Odálio Girão, o que ocorre nesse caso específico é a retomada dos preços aos patamares normais. "Em março a caixa de 12 kg do pimentão chegou a custar R$ 13,40, baixando 47,8% no mês de abril devido ao plantio do produto em maior escala naquela época. Agora estamos retornando aos patamares originais, trazendo pimentão também da Bahia", observa.

Vagem tem forte alta

A caixa de 10 quilos da vagem teve a segunda maior elevação da categoria: 66,6%. O valor passou de R$ 18,00 para R$ 30,00. Em seguida, vem o saco de 20 quilos da cebola pera, com alta de 42,8%, de R$ 42 para R$ 60,00.

O preço da caixa de 10 quilos da couve-flor aumentou 40%, de R$ 20,00 para R$ 28,00.

Já a batatinha inglesa registrou apenas 5% de elevação, com a saca de 50 quilos passando a custar R$ 160,00 contra R$ 150,00, em 15 abril. Por fim, o feijão verde registrou aumento de 25%, variando de R$ 4,00 para R$ 5,00. (AC)


ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER

Fonte: Caderno Negócios/Jornal Diário do Nordeste

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