Depois de muitos dias de forte calor, parece que agora o período chuvoso chegou ao Ceará. Pelo menos, é o que se percebe com as primeiras manhãs chuvosas deste mês, junto com elas, tempestades e raios aparecem. Só neste ano, até a manhã de ontem, já foram registrados 12.359 raios, sendo as áreas mais atingidas o Norte e Sul do Estado. Da meia noite de quarta-feira até o meio dia de ontem houve a incidência de 3.270 raios no Ceará. Destes, como ressalta a engenheira eletricista Keyla Sampaio Câmara, responsável pela área de Normas e Procedimentos da Coelce, a maior parte localizou-se nas regiões Norte e Sul do Ceará. "Na área rural, no Interior, registrou-se, neste ano, mais raios. Eles estavam, sobretudo, nas partes serranas, que são mais altas, e onde chove muito", explicou.
De acordo com o físico Sales Ávila, que desenvolveu junto com outros pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (Uece), o Sistema de Monitoramento de Descargas Atmosféricas para o Ceará, os municípios de Acaraú e Bela Cruz foram os que apresentaram maior incidência.
O meteorologista Paulo Barbiére, da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), revela que até as próximas 48 horas as chuvas devem continuar ocorrendo em todo o estado, especialmente na faixa litorânea.
Conforme esclarece o engenheiro eletricista Odailton Silva de Arruda, responsável pela área de Inovação e Eficiência Energética da Companhia Energética do Ceará (Coelce), quanto mais nuvens, maior a possibilidade de raios. Como detalha, há dois tipos de descargas: entre nuvens e entre nuvens e a terra. "A descarga para terra é a mais forte e ocorre devido ao acúmulo de íons. O caminho da conduta é o que chamamos de raio, que sempre procura o acesso mais fácil".
Por isso, como alerta o tenente-coronel e assessor de imprensa do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, Leandro Nogueira, todas as formas de "atração" dos raios devem ser retiradas ou evitadas, em períodos de tempestades. Até porque, com elas, trovões e raios tendem a ser manifestar. Além dos raios, como cita Nogueira, ações de prevenção, como em aparelhos domésticos e o retelhamento das casas, podem evitar que aconteçam choques elétricos e a defasagem dos aparelhos.
"Com a chuvas, temos o risco de infiltrações, que podem danificar os eletrodomésticos, além de gerar curtos circuitos, choques etc. Por outro lado, há o risco de raios, que também podem até mesmo provocar o óbito, dependendo da descarga", registra o tenente-coronel.
Para evitar problemas, portanto, os engenheiros eletricistas e o tenente-coronel indicam que, em tempestades, deve-se desligar os aparelhos das tomadas; optar por usar telefone sem fio; não mexer em antenas e até desligá-las da televisão; não pegar nas TVs, apenas nos controles remoto; não entrar em contato com micro-ondas; e, ainda, não se expor em locais abertos, nem embaixo de árvores.
Por outro lado, reforça Leandro Nogueira, do Corpo de Bombeiros, o retelhamento também deve ser realizado, de forma preventiva, antes do período chuvoso. Com as chuvas, a água que pode adentrar as casas, por meio de telhas quebradas, serve para conduzir a corrente elétrica, já que traz consigo areia.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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