Pelo menos sete distritos industriais (DIs) de responsabilidade do Governo Estadual são contabilizados atualmente no Ceará. Porém, existem diversos DIs municipais, que ajudam a dar suporte, ainda que de forma precária, à desconcentração produtiva. "Cada cidade faz o seu distrito para abrigar suas indústrias", comenta Edilson Teixeira Júnior, presidente da Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Estado (Aedi).
De acordo com Teixeira, está em curso um processo de desconcentração produtiva, motivado não só pela política de isenção de tributos, mas pelas vocações naturais do Estado. "Há uma tendência de se constituírem novas fábricas onde já existem outras tradicionais, por uma questão de logística", diz.
Assim, o presidente da Aedi cita como regiões de concentração industrial: o polo calçadista e de confecção na Região Norte/Sobral; o de calçados no Cariri; o moveleiro no município de Marco; o de alimentos em Acaraú e o metal-mecânico, em fase de construção no Jaguaribe.
Infraestrutura
Para Teixeira, não obstante os esforços dos governos estadual e municipais, ainda é necessário melhorar a infraestrutura dos DIs. "Os mais antigos são os de Maracanaú, denominados DIF I e DIF III. Até mesmo estes precisam avançar no quesito de abastecimento de água tratada, rede elétrica, esgotamento sanitário e acesso viário. Imagine a situação dos outros", afirma.
No DIF I, Teixeira estima a existência de 140 empresas instaladas e pelo menos cinco em processo de implantação. No DIF III, são 28 indústrias já em funcionamento e quatro em implantação. "No III existe um problema de ordem legal: o governo do Estado não concluiu o processo de desapropriação dos terrenos. As indústrias têm a posse dos terrenos mas não têm a sua propriedade, uma situação que dificulta a tomada de financiamentos. Essa pendência dura 20 anos", diz.
Maracanaú conta, ainda, com os DIs 2000 e Alto Alegre, ambos com oito indústrias instaladas e vários protocolos de intenção assinados. Ambos são de responsabilidade municipal.
No Pecém
O empresário chama atenção, em especial, para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que não é um DI mas assemelha-se, à medida em que concentra investimentos produtivos. "Percebe-se um foco muito grande na região do Pecém mas até ali a infraestrutura está aquém das necessidades das indústrias", comenta.
Edilson Teixeira Júnior cita a falta de um grupamento do Corpo de Bombeiros como uma deficiência da região do Pecém. "O Pecém possui duas termelétricas já instaladas e uma em implantação. São indústrias que trabalham com resinas inflamáveis e o grupamento de bombeiros mais próximo está há 30 minutos, em Caucaia", frisa o líder empresarial. (SC)
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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