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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CAMARÃO: Associação de Acaraú pode obter selo do cultivo internacional



Acaraú. O Ceará está perto de se tornar o primeiro em todo o mundo a obter um selo de certificação de domínio controlado do cultivo de crustáceo. O presidente da Associação dos Carcinicultores da Costa Negra (ACCN), Livino José Silveira Soares Sales, explica que com o parecer favorável do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), os produtores de camarão orgânico da Região do Baixo Acaraú que compreende nas cidades de Acaraú, Cruz e Itarema ganharão mais que o reconhecimento do mercado, já que a certificação agregará maior valor aos produtos.


"Hoje é grande a demanda pelo produto rastreado e nós estamos trabalhando a limpeza das águas e cultivando mais o orgânico do que o camarão convencional. O resultado é muito melhor e ainda temos um custo mais baixo do que cultivando com técnicas tradicionais", garante Livino Sales.

As fazendas de camarão do Baixo Acaraú produzem atualmente o melhor e mais caro camarão do mundo, cultivado em 32 fazendas conhecidas como Costa Negra, no Litoral Oeste do Ceará, onde o camarão passou por um rigoroso processo de certificação de qualidade alemã. Os importadores europeus dão preferência a esse crustáceo, mesmo tendo de pagar até 40% a mais do que o preço do mercado mundial. Segundo Pedro Henrique Lopes, conselheiro técnico da ACCN, enquanto tradicionalmente o quilo do produto é comercializado internacionalmente em torno de US$ 4,50, o camarão proveniente da região de Acaraú é repassado lá fora ao custo de até US$ 6,30.

900 hectares

A Associação Carcinicultores da Costa Negra reúne 33 associados, sendo 32 fazendas de camarão e uma indústria de beneficiamento. Dados da entidade revelam que as fazendas representam 900 hectares de cultivo, numa área que se estende pela região de Acaraú, Cruz e Itarema. Juntos os 32 produtores produzem até nove mil toneladas de camarão por ano.

"Cerca de 99% da nossa produção fica hoje no mercado interno onde os maiores consumidores são Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. O 1% que exportamos hoje é só para não perder mercado lá fora, pois com a valorização do Real ficou inviável exportar", afirma Sales.

Eventos setoriais

A entidade realizará em parceria com a Adece no próximo mês de novembro dois eventos setoriais simultâneos: o I Festival Internacional do Camarão da Costa Negra e o I Encontro do Arranjo Produtivo Local da Carcinicultura no Litoral Oeste em Acaraú. A expectativa é congregar nestes encontros comunidade científica, empresarial e governamental ligada ao segmento cearense do camarão cultivado.

A programação do evento inclui workshops, palestras, cursos, mesas redondas e festival gastronômico, contando com a participação de cinco dos maiores chefs de cozinha internacional. Os eventos serão realizados de 26 a 29 de novembro na Fazenda Cacimbas, sede da Aquacrusta Marinha Ltda, no município de Acaraú.

Segundo Sales, tanto os eventos como a receptividade, a qualidade e o conceito do camarão produzido nas fazendas da Costa Negra são resultado direto da união dos produtores do Baixo Acaraú, especialmente em função da crise mundial. "A crise ajudou a gente a se unir e se organizar"


Fonte: Ângela Cavalcante/Jornal Diário do nordeste

Um comentário:

Unknown disse...

Criar camarão em cativeiro é altamente ecologico. É preciso acabar om os arrastões de camarão que aniquilam os outros seres do mar. Se faz necessario incentivar cada vez mais esta produção. Sou de Angra dos Reis, Ilha Grande, estamos envolvidos na politica de proibição dos arrastões, porem incentivando as fazendas marinhas de mexilhoes coquiles e camarões.
Aqui em Angra já fomos grandes produtores de camarão, hoje está sendo um fracasso, por está entrando em extinção, mesmo com o defeso. Possivelmente irei ao Festival do Camarão em novembro.Fui o primeiro a organizar um Festival de Camarão aqui na Ilha Grande em 1972, durante 14 anos. Quero conhecer detalhes desta organização para poder viajar. Até breve
Elias Lins de Melo Corsarioelmelo@terra.com.br