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terça-feira, 7 de julho de 2009

PESCA PREDATÓRIA: Incinerados 600Km de rede caçoeira


Evento realizado na Cerâmica Assunção, em Aquiraz, contou com a presença do ministro do Meio Ambiente

“Este tipo de rede (caçoeira) caracteriza a pesca predatória. Destrói coral, pega neto de lagosta, filho de camarão e tartaruga. Ela é o símbolo da destruição do litoral”. Com essa definição, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou, ontem, da queima de 600 mil metros (600Km) da rede de pesca de lagosta, apreendidas, nos últimos dois anos, em ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis.

O evento aconteceu na Cerâmica Assunção, em Aquiraz. No momento em que foram jogadas as redes caçoeiras no incinerador, uma delas se prendeu ao colete que o ministro estava usando. Foi preciso a interferência de um dos funcionários da Cerâmica Assunção, que, com os dentes, cortou o fio de nylon, para que a rede fosse solta da vestimenta de Minc. “Isso é que não pode acontecer”, alertou o ministro.

Segundo Carlos Minc, o uso da rede para pesca da lagosta acaba, amanhã, com o emprego do “filho do pescador”. Como alertou, o governo quer que a pesca seja realizada de forma correta, artesanal, sem que, no futuro, possa acontecer a falta do pescado. “Hoje, pescamos 40% a menos de lagosta do que pegávamos há dez anos”.

Conforme justificou o ministro, o presidente Lula quer dobrar a produção de pescado no Brasil. “Queremos que 90% disso venha da aquicultura, da psicultura, porque não tem impacto nas espécies nativas que estão rios e nos mares. É igual à criação vaca, aumenta a oferta de proteína e põe peixe mais barato, mais fresquinhos”.

O problema, como acentuou Minc, é o controle sobre as espécies que são pescadas além do ponto de sua reprodução, do seu cardume, de sua quantidade. “Quanto a isso somos inflexíveis. Nós não vamos permitir, por exemplo, o aumento da exploração da lagosta. Vamos primeiro combater a pesca predatória, com a caçoeira”.

De acordo com o superintendente em exercício do Ibama, Francisco João Moreira Juvêncio, as redes queimadas eram oriundas de municípios como Acaraú, Camocim, Icapuí, Aracati, Itarema, Beberibe e Fortim. “A incineração garante que a rede predatória não volte às mãos dos pescadores”, disse.

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