Desde 1985, o Ceará não via cair tanta água. O ano de 2009 já é o mais chuvoso dos últimos 24, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Até ontem, a média de chuva no Estado era de 1.044 milímetros contando a partir de janeiro. A média da maior chuva registrada pela Funceme desde 1974 (quando começou a monitorar as precipitações no Ceará) foi de 1.470 milímetros, em 1985. A Funceme leva em consideração as chuvas do primeiro semestre, que são as mais significativas para o Estado. Em janeiro, ocorre a pré-estação. De fevereiro a maio, o Ceará vive a quadra chuvosa. E em junho, caem as chuvas da pós-estação. Mesmo tomando por base apenas a quadra chuvosa, o número de 2009 também é histórico - são 876,9 milímetros de fevereiro até ontem. É a maior quadra chuvosa desde 1986, quando no Estado caíram 925,1 milímetros de chuva. A média histórica (média dos últimos 30 anos) para o período de fevereiro a 11 de maio (ontem) é de 636,8 milímetros. Em 2009, já choveu 37,7% acima dessa média durante o período de fevereiro a 11 de maio. O período que vai de julho a dezembro é considerado a “estação seca”, que é quando menos chove no Ceará. De acordo com o meteorologista Namir Mello, os números são obtidos a partir de uma média feita pela soma da quantidade de chuva em todos os postos no Estado dividida pelo número de postos. “Desde 1986, não tínhamos uma quadra tão chuvosa. Ou seja, há 23 anos não havia um índice pluviométrico desta magnitude”, resume. Segundo ele, um balanço da quadra chuvosa será apresentado pelos técnicos da Funceme logo depois da pós-estação, no início do mês de julho. Nos 184 municípios cearenses, existem 540 postos pluviométricos. Os anos considerados mais chuvosos para o Estado são 1974 e 1985. Reriutaba A maior chuva de ontem foi registrada no distrito de Amanaiara, em Reriutaba, a 309 quilômetros de Fortaleza. Foram 180 milímetros das 7 horas de domingo até o mesmo horário de ontem. As chuvas e o arrombamento de um açude particular provocaram o rompimento da CE-183. Foram abertos um buraco de quase 30 metros de comprimento e outro de 50, segundo Ilo Santiago, gerente do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), em Sobral. A profundidade de cada chega a 5 m. A previsão é de que inicialmente seja feito um serviço paliativo para dar passagem aos veículos, já que o acesso às cidades de Varjota e Cariré (indo de Sobral) está interrompido. SAIBA MAIS SOBRE A QUADRA CHUVOSA NO ESTADO CHUVAS (em milímetros) 1985 - 1.470 mm 1974 - 1.380 mm 1986 - 1.010,5 mm 1984 - 941.7mm 2009 - 1.044,5 mm (até ontem) QUADRA CHUVOSA (de fevereiro a maio) 1985 - 1.235,2mm 1974 - 1.147,8mm 1986 - 925,1mm 1984 - 881,1mm 2009 - 876,9mm (até ontem) ESTRAGOS CAUSADOS PELAS CHUVAS > 75 municípios atingidos > 17.391 desalojados > 27.210 desalojados > 12 mortos > 145 feridos > 7.238 residências danificadas > 848 residências destruídas > 23 municípios em situação de emergência (Acaraú, Bela Cruz, Chaval, Canindé, Cedro, Chorozinho, Coreaú, Crateús, Granja, Icó, Itaiçaba, Itapajé, Itapiúna, Itarema, Limoeiro do Norte, Marco, Milhã, Morrinhos, Pacujá, Quixeramobim, Santana do Acaraú, Sobral e Uruburetama) DINHEIRO REPASSADO PELO ESTADO AOS MUNICÍPIOS : > Acaraú - R$ 100 mil > Bela Cruz - R$ 300 mil > Canindé - R$ 200 mil > Chaval - R$ 200 mil >Coreaú - R$ 200 mil > Crateús - R$ 100 mil > Granja - R$ 500 mil > Icó - R$ 100 mil > Itaiçaba - R$ 300 mil > Itapajé - R$ 100 mil > Itapiúna - R$ 100 mil > Itarema - R$ 200 mil > Limoeiro do Norte - R$ 200 mil > Marco - R$ 300 mil > Morrinhos - R$ 200 mil > Pacujá - R$ 200 mil > Quixeramobim - R$ 300 mil > Santana do Acaraú - R$ 300 mil > Sobral - R$ 300 mil TOTAL - R$ 4,2 millhões (19 municípios) Fontes: Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), DefesaCivil do Estado e Governo do Estado
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