O agrônomo Francisco Zuza de Oliveira, 61, novo presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), anuncia: o Ceará exportará suco de laranja e produzirá carragenana, substância extraída de macroalgas marinhas e utilizada na indústria alimentícia
O agronegócio está celebrando sua promoção à presidência da Adece. O que será da indústria?
A indústria já tem um rumo próprio no Estado do Ceará, cujo segmento industrial é muito forte. A indústria é o setor mais organizado da economia estadual cearense. A indústria é um segmento urbano, enquanto o agronegócio é um segmento rural. No mundo todo, o agronegócio sempre foi mais difícil, porque tem mais variáveis. Eu acredito que a indústria seguirá normal no rumo dela. Ela tem uma federação sindical - a Fiec - muito bem organizada e ativa. Cada setor industrial tem um sindicato e isto é um sinal forte de organização. Os sindicatos são a alma de cada atividade econômica, pois é o segmento que representa o setor ao vivo. Acho que a indústria tem toda uma fundamentação para crescer.
O que será prioritário na sua gestão: atrair a pecuária de alto padrão do Paraná ou a indústria de painéis fotovoltaicos, que geram energia solar?
As duas coisas ao mesmo tempo. Para cada segmento econômico, você tem de ter expertise, boas referências de negócio, capacidade de transformação do conhecimento em produção, emprego e renda. O leite no Ceará, por exemplo, tem um potencial muito grande, porque o leite está descendo para as baixas latitudes do mundo. Hoje, se 2 mil hectares nos perímetros irrigados de Tabuleiros de Russas e do Baixo Acaraú fossem dirigidos para a pecuária de leite de alta intensidade, poderíamos ter 400 mil litros de leite por dia a mais no Ceará. Isso daria segurança a uma indústria de processamento de leite em pó. O governador Cid Gomes já se comprometeu com o setor do agronegócio do leite a participar da instalação de uma fábrica desse tamanho, grande e moderna. E quando você tem fabrica de leite em pó, nunca mais sobra leite, porque, se o merc ado do leite "in natura" estiver ruim por algum motivo, você tem como beneficia-lo.
E a energia solar?
A questão dos painéis solares faz parte da tecnologia de ponta e nós cearenses, mais do que ninguém, temos a matéria-prima para ser transformada em riqueza. Há uns 10, 15 anos atrás, a energia era só um bem de consumo da indústria, da produção; hoje, ela é uma atividade econômica do Ceará. Daqui a pouco, o Ceará vai começar a produzir e vender energia solar, eólica, de ondas marinhas etc. E por causa disso o futuro do Ceará será de fábrica de painés solares, de pás, de naceles, de geradores e de torres para a geração de energia eólica. Ou seja, o Ceará passará de consumidor para gerador de riquezas.
Fisicamente, o senhor e seu antecessor Antonio Balhmann são quase gêmeos. O que os difere no estilo da gestão? O Balhmann vivia viajando. O senhor vai viajar mito, também?
Claro. A Adece é uma agência de desenvolvimento, é um centro de inteligência de negócios, é uma ferramenta de prospecção de negócios. Ela não executa projetos, mas prospecta negócios nas cadeias produtivas. Eu conheço o Balhmann de 2008 para cá, ele tem uma inteligência privilegiada para encaminhar negócios, e eu aprendi muito com ele nestes dois anos de convivência. Eu sempre fiz prospecção de negócios. Quando eu trabalhava em Petrolina, eu prospectei a maioria das empresas de fruticultura que hoje estão no Vale do S. Francisco. Quando vim para o Ceará para fazer agricultura irrigada, também prospectei negócios para frutas, para flores, para o leite, para o camarão. Eu tenho de viajar, porque não posso me acostumar com o escritório de trabalho. Tenho de buscar todo dia uma coisa nova que tenha consistência com as nossas demandas.
Há alguma coisa nova sendo prospectada pelo senhor, neste momento?
Há, sim: a algicultura, que é o cultivo de macroalgas marinhas. Dessas algas que pretendemos cultivar ao longo do nosso extenso litoral, extrairemos a carragenana, que entra na composição da maioria dos produtos da indústria farmacêutica, alimentícia e de cosméticos. A carreganana está no iogurte e no sorvete, por exemplo. Isso foi prospectado nessas viagens que o Balhmann fez, que eu fiz, que outros diretores da Adece fizeram. Estou falando da perspectiva de um negócio que poderá empregar 3 mil pessoas nas áreas litorâneas do Ceará. Os pontos já estão selecionados.
Quais são eles?
Serão sete pólos de produção de algas: em Acaraú, Camocim, Trairi, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Aracati e Icapuí. Vamos selecionar 1 mil algicultores que constituirão, inicialmete, 20 condomínios, cada um com 50 algicultores. Cada agricultor terá três balsas, nas quais serão penduradas redes que receberão as mudas de algas; completado o ciclo de produção, de 35 a 45 dias, colhem-se as algas, que depois serão submetidas ao processo de secagem, após o que se retirará delas a carregenana, produto de alto valor agregado. O melhor é que, depois de tudo isso, ainda sobra um resíduo para a ração animal. Estimamos que cada algicultor produzirá, mensalmente, 4 toneladas de alga úmida que lhe darão uma renda mensal líquida de R$ 700. Esta é uma alternativa de negócio. Este projeto de alg icultura eu apresentei nesta semana em Camocim durante um evento sobre aqüicultura.
O que o auditório achou da carragenana?
Eles ficaram impressionados também com outros números que lhes transmiti. Hoje, a produção mundial de carreganana é de 1,6 milhão de toneladas. Os principais produtores são as Filipinas, a Indonésia e a Tanzânia. O mercado mundial de carreganana movimentou em 2008 US$ 600 milhões. O Brasil, que produziu no ano passado de 2009 apenas 48 toneladas de carregana, tem uma demanda anual de 1.276 toneladas, 90% das quais produzidas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba. Quer dizer, o Ceará tem aí uma chance de entrar em um negócio de futuro promissor. A empresa que produz macroalgas e carragenana no Rio de Janeiro é a Biomar. Pois é essa empresa que está vindo para cá para apoveitar as vantagens do nosso litoral, onde a produção já se comprovou muito maior do que nas praias fluminenses. A unidade industrial da Biomar será instalada em Chorozinho.
Os grandes negócios do Estado - sideúrgica, refinaria, estaleiro - ficam com o governador ou continuarão sendo tocados pela Adece na sua gestão?
A Adece continua fazendo as tratativas sobre esses projetos. Temos uma Diretoria de Desenvolvimento Industrial, ocupada pelo Eduardo Diogo, que faz a gestão pela Adece, sempre ouvindo o governador, que é a nossa referência de rumos. O Eduardo vai continuar, junto comigo, a fazer toda essa articulação sobre refinaria, Itataia, siderúrgica e estaleiro. A área de projetos de energia e de agronegócio será conduzida pelo Fernando Pessoa com o meu suporte pessoal. Temos alguns projetos que precisarão ser implementados.
Pode adiantar um deles?
O de citros. Poderemos ter, aqui no Ceará, nos próximos anos, 10 mil a 15 mil hectares de citros para industrializar suco e mandar para o exterior. Podemos exportar, só com suco de laranja, o equivalente a US$ 100 milhões. Esse projeto está sendo articulado pela Adece com um grupo de empresários de São Paulo, todos produtores e exportadores. Eles têm problemas lá em São Paulo: falta-lhes a terra para a expansão de seus laranjais. O preço da terra lá está altíssimo, cerca de R$ 30 mil por hectare; aqui, nos perímetros irrigados, temos terra a R$ 3 mil por hectare. Além disso, as doenças, as pragas e a concorrência da cana estão tirando s possibilidade de aumentar a produção da laranja em São Paulo. Eles estão migrando para o Nordeste, e a Adece, usando a inteligência da prospecção do negócio, foi ao encontro deles.
E o Estaleiro Promar Ceará?
Bem, o estaleiro é um projeto de extraordinário interesse da economia do Estado do Ceará. Mas esta questão está em negociação nas instâncias mais superiores do Governo. A Adece já deu a sua contribuição, mas temos de ter agora um "timing" político, com inteligência. E o governador é muito inteligente. Agora, temos de ter duas coisas: 1) paciência para negociar; 2) inteligência para não perder o negócio.
Um apaixonado
Os desafios de Zuza
Há, no empresariado do setor primário cearense, uma unânime opinião: Francisco Zuza de Oliveira é, no Ceará, quem melhor formula e executa as políticas públicas para o agronegócio. E de forma sempre apaixonada. Até a semana passada, Zuza era o diretor de Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece). Agora, ele é o seu presidente. Suas ideias não serão mais exclusivas da fruticultura, da floricultura ou d a pecuária, mas também dos diferentes ramos da indústria. Neste momento, por exemplo, ele já caminha pela mesma estrada por que caminhou seu antecessor, Antonio Balhmann, que deixou a Adece para tornar-se (de novo) deputado federal. Balhmann legou-lhe - além dos mega projetos industriais da refinaria, da siderúrgica, do estaleiro e da ZPE - mais um desafio: atrair uma indústria para processar, enlatar e exportar filé de tilápia e sardinha. "Mas eu gosto de desafios", afirma Zuza de Oliveira, um paraibano adotado pelo Ceará, cuja geografia conhece "de cima para baixo e de baixo para cima". Usina de ideias, Zuza pensa em fazer do Ceará um centro da algicultura.
O agronegócio está celebrando sua promoção à presidência da Adece. O que será da indústria?
A indústria já tem um rumo próprio no Estado do Ceará, cujo segmento industrial é muito forte. A indústria é o setor mais organizado da economia estadual cearense. A indústria é um segmento urbano, enquanto o agronegócio é um segmento rural. No mundo todo, o agronegócio sempre foi mais difícil, porque tem mais variáveis. Eu acredito que a indústria seguirá normal no rumo dela. Ela tem uma federação sindical - a Fiec - muito bem organizada e ativa. Cada setor industrial tem um sindicato e isto é um sinal forte de organização. Os sindicatos são a alma de cada atividade econômica, pois é o segmento que representa o setor ao vivo. Acho que a indústria tem toda uma fundamentação para crescer.
O que será prioritário na sua gestão: atrair a pecuária de alto padrão do Paraná ou a indústria de painéis fotovoltaicos, que geram energia solar?
As duas coisas ao mesmo tempo. Para cada segmento econômico, você tem de ter expertise, boas referências de negócio, capacidade de transformação do conhecimento em produção, emprego e renda. O leite no Ceará, por exemplo, tem um potencial muito grande, porque o leite está descendo para as baixas latitudes do mundo. Hoje, se 2 mil hectares nos perímetros irrigados de Tabuleiros de Russas e do Baixo Acaraú fossem dirigidos para a pecuária de leite de alta intensidade, poderíamos ter 400 mil litros de leite por dia a mais no Ceará. Isso daria segurança a uma indústria de processamento de leite em pó. O governador Cid Gomes já se comprometeu com o setor do agronegócio do leite a participar da instalação de uma fábrica desse tamanho, grande e moderna. E quando você tem fabrica de leite em pó, nunca mais sobra leite, porque, se o merc ado do leite "in natura" estiver ruim por algum motivo, você tem como beneficia-lo.
E a energia solar?
A questão dos painéis solares faz parte da tecnologia de ponta e nós cearenses, mais do que ninguém, temos a matéria-prima para ser transformada em riqueza. Há uns 10, 15 anos atrás, a energia era só um bem de consumo da indústria, da produção; hoje, ela é uma atividade econômica do Ceará. Daqui a pouco, o Ceará vai começar a produzir e vender energia solar, eólica, de ondas marinhas etc. E por causa disso o futuro do Ceará será de fábrica de painés solares, de pás, de naceles, de geradores e de torres para a geração de energia eólica. Ou seja, o Ceará passará de consumidor para gerador de riquezas.
Fisicamente, o senhor e seu antecessor Antonio Balhmann são quase gêmeos. O que os difere no estilo da gestão? O Balhmann vivia viajando. O senhor vai viajar mito, também?
Claro. A Adece é uma agência de desenvolvimento, é um centro de inteligência de negócios, é uma ferramenta de prospecção de negócios. Ela não executa projetos, mas prospecta negócios nas cadeias produtivas. Eu conheço o Balhmann de 2008 para cá, ele tem uma inteligência privilegiada para encaminhar negócios, e eu aprendi muito com ele nestes dois anos de convivência. Eu sempre fiz prospecção de negócios. Quando eu trabalhava em Petrolina, eu prospectei a maioria das empresas de fruticultura que hoje estão no Vale do S. Francisco. Quando vim para o Ceará para fazer agricultura irrigada, também prospectei negócios para frutas, para flores, para o leite, para o camarão. Eu tenho de viajar, porque não posso me acostumar com o escritório de trabalho. Tenho de buscar todo dia uma coisa nova que tenha consistência com as nossas demandas.
Há alguma coisa nova sendo prospectada pelo senhor, neste momento?
Há, sim: a algicultura, que é o cultivo de macroalgas marinhas. Dessas algas que pretendemos cultivar ao longo do nosso extenso litoral, extrairemos a carragenana, que entra na composição da maioria dos produtos da indústria farmacêutica, alimentícia e de cosméticos. A carreganana está no iogurte e no sorvete, por exemplo. Isso foi prospectado nessas viagens que o Balhmann fez, que eu fiz, que outros diretores da Adece fizeram. Estou falando da perspectiva de um negócio que poderá empregar 3 mil pessoas nas áreas litorâneas do Ceará. Os pontos já estão selecionados.
Quais são eles?
Serão sete pólos de produção de algas: em Acaraú, Camocim, Trairi, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Aracati e Icapuí. Vamos selecionar 1 mil algicultores que constituirão, inicialmete, 20 condomínios, cada um com 50 algicultores. Cada agricultor terá três balsas, nas quais serão penduradas redes que receberão as mudas de algas; completado o ciclo de produção, de 35 a 45 dias, colhem-se as algas, que depois serão submetidas ao processo de secagem, após o que se retirará delas a carregenana, produto de alto valor agregado. O melhor é que, depois de tudo isso, ainda sobra um resíduo para a ração animal. Estimamos que cada algicultor produzirá, mensalmente, 4 toneladas de alga úmida que lhe darão uma renda mensal líquida de R$ 700. Esta é uma alternativa de negócio. Este projeto de alg icultura eu apresentei nesta semana em Camocim durante um evento sobre aqüicultura.
O que o auditório achou da carragenana?
Eles ficaram impressionados também com outros números que lhes transmiti. Hoje, a produção mundial de carreganana é de 1,6 milhão de toneladas. Os principais produtores são as Filipinas, a Indonésia e a Tanzânia. O mercado mundial de carreganana movimentou em 2008 US$ 600 milhões. O Brasil, que produziu no ano passado de 2009 apenas 48 toneladas de carregana, tem uma demanda anual de 1.276 toneladas, 90% das quais produzidas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba. Quer dizer, o Ceará tem aí uma chance de entrar em um negócio de futuro promissor. A empresa que produz macroalgas e carragenana no Rio de Janeiro é a Biomar. Pois é essa empresa que está vindo para cá para apoveitar as vantagens do nosso litoral, onde a produção já se comprovou muito maior do que nas praias fluminenses. A unidade industrial da Biomar será instalada em Chorozinho.
Os grandes negócios do Estado - sideúrgica, refinaria, estaleiro - ficam com o governador ou continuarão sendo tocados pela Adece na sua gestão?
A Adece continua fazendo as tratativas sobre esses projetos. Temos uma Diretoria de Desenvolvimento Industrial, ocupada pelo Eduardo Diogo, que faz a gestão pela Adece, sempre ouvindo o governador, que é a nossa referência de rumos. O Eduardo vai continuar, junto comigo, a fazer toda essa articulação sobre refinaria, Itataia, siderúrgica e estaleiro. A área de projetos de energia e de agronegócio será conduzida pelo Fernando Pessoa com o meu suporte pessoal. Temos alguns projetos que precisarão ser implementados.
Pode adiantar um deles?
O de citros. Poderemos ter, aqui no Ceará, nos próximos anos, 10 mil a 15 mil hectares de citros para industrializar suco e mandar para o exterior. Podemos exportar, só com suco de laranja, o equivalente a US$ 100 milhões. Esse projeto está sendo articulado pela Adece com um grupo de empresários de São Paulo, todos produtores e exportadores. Eles têm problemas lá em São Paulo: falta-lhes a terra para a expansão de seus laranjais. O preço da terra lá está altíssimo, cerca de R$ 30 mil por hectare; aqui, nos perímetros irrigados, temos terra a R$ 3 mil por hectare. Além disso, as doenças, as pragas e a concorrência da cana estão tirando s possibilidade de aumentar a produção da laranja em São Paulo. Eles estão migrando para o Nordeste, e a Adece, usando a inteligência da prospecção do negócio, foi ao encontro deles.
E o Estaleiro Promar Ceará?
Bem, o estaleiro é um projeto de extraordinário interesse da economia do Estado do Ceará. Mas esta questão está em negociação nas instâncias mais superiores do Governo. A Adece já deu a sua contribuição, mas temos de ter agora um "timing" político, com inteligência. E o governador é muito inteligente. Agora, temos de ter duas coisas: 1) paciência para negociar; 2) inteligência para não perder o negócio.
Um apaixonado
Os desafios de Zuza
Há, no empresariado do setor primário cearense, uma unânime opinião: Francisco Zuza de Oliveira é, no Ceará, quem melhor formula e executa as políticas públicas para o agronegócio. E de forma sempre apaixonada. Até a semana passada, Zuza era o diretor de Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece). Agora, ele é o seu presidente. Suas ideias não serão mais exclusivas da fruticultura, da floricultura ou d a pecuária, mas também dos diferentes ramos da indústria. Neste momento, por exemplo, ele já caminha pela mesma estrada por que caminhou seu antecessor, Antonio Balhmann, que deixou a Adece para tornar-se (de novo) deputado federal. Balhmann legou-lhe - além dos mega projetos industriais da refinaria, da siderúrgica, do estaleiro e da ZPE - mais um desafio: atrair uma indústria para processar, enlatar e exportar filé de tilápia e sardinha. "Mas eu gosto de desafios", afirma Zuza de Oliveira, um paraibano adotado pelo Ceará, cuja geografia conhece "de cima para baixo e de baixo para cima". Usina de ideias, Zuza pensa em fazer do Ceará um centro da algicultura.
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