A projeção de safra agrícola 2010 no Ceará continua em declínio e a tendência é de queda mais acentuada. O resultado de abril aponta para uma estimativa de produção de 1.044.350 toneladas de grãos - uma redução de 23,81% frente à projeção inicial (1.370.675 t). Em relação a março (1.313.085t), o recuo é de 20,48%, mas comparada ao ano passado, (779.997 t) ainda é superior em 33,89%.
Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Gcea (Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará) da unidade estadual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ainda não foi possível precisar a efetiva perda em todos os 184 municípios cearenses, pois em apenas 92 (50%) foi possível dimensioná-las. De acordo com o relatório, após o dia 19 de março (data próxima à passagem do equinócio) foram registradas chuvas de modo irregular, predominante no semiárido cearense. No entanto, as precipitações ocorridas não estão sendo suficientes para garantir as previsões anteriores da safra agrícola, pois a maior parte dos agricultores que plantaram no mês de janeiro perderam seus plantios. "Com o retorno das chuvas no fim de março, as áreas plantadas estão inferiores que a prevista, pois há o receio de ocorrer um curto inverno. Além disso, quem replantou na área perdida, o fez em uma área menor", registra o documento.
Dos 46 produtos pesquisados, houve redução na estimativa de produção de 15 produtos, com resultados negativos para o algodão herbáceo de sequeiro, amendoim, arroz de sequeiro, fava, feijão-de-arranca de 1ª safra (Phaseollus), feijão-de-corda de 1a. safra (Vigna), fumo, milho (grão), sorgo granífero, melancia e mandioca.
Os produtos que variaram positivamente: girassol, melão, mamona e ata. No caso do milho, carro-chefe da safra agrícola, as alterações ocorreram em 28 regiões de plantio, entre elas, Tianguá, Poranga, Umirim, Itapipoca, Assaré; Litoral de Camocim e Acaraú; sertões de Crateús, Quixeramobim, Inhamuns, entre outros.
Frutas frescas
A estimativa de produção de frutas frescas fechou abril com um resultado de 965.155 toneladas - um decréscimo de 1,86% frente ao prognóstico de janeiro (983.479), mas ainda com incremento de 1,60% em relação à safra obtida em 2009 (949.967t).
Opinião
Chuvas foram 43% abaixo da média histórica
Emanuel Itamar Lemos
Coordenador do Desenvolvimento da Agricultura Familiar - SDA
Analisando-se o período entre 1º e 15 de abril é possível verificar ocorrência de chuvas em cerca de 43% abaixo da média histórica, mesmo com a melhoria na quadra chuvosa. Há ainda outros agravantes tais como o registro de chuvas localizadas e presenças de veranicos em abril, apesar de menor intensidade. Todos estes fatores desestimularam os agricultores ao ponto que até o dia 30 de abril, da área estimada para plantio no começo do ano (1.418.506 hectares), só foi plantado 67%, havendo ainda replantio de 13,27% das áreas plantadas e perdidas.
Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Gcea (Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará) da unidade estadual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ainda não foi possível precisar a efetiva perda em todos os 184 municípios cearenses, pois em apenas 92 (50%) foi possível dimensioná-las. De acordo com o relatório, após o dia 19 de março (data próxima à passagem do equinócio) foram registradas chuvas de modo irregular, predominante no semiárido cearense. No entanto, as precipitações ocorridas não estão sendo suficientes para garantir as previsões anteriores da safra agrícola, pois a maior parte dos agricultores que plantaram no mês de janeiro perderam seus plantios. "Com o retorno das chuvas no fim de março, as áreas plantadas estão inferiores que a prevista, pois há o receio de ocorrer um curto inverno. Além disso, quem replantou na área perdida, o fez em uma área menor", registra o documento.
Dos 46 produtos pesquisados, houve redução na estimativa de produção de 15 produtos, com resultados negativos para o algodão herbáceo de sequeiro, amendoim, arroz de sequeiro, fava, feijão-de-arranca de 1ª safra (Phaseollus), feijão-de-corda de 1a. safra (Vigna), fumo, milho (grão), sorgo granífero, melancia e mandioca.
Os produtos que variaram positivamente: girassol, melão, mamona e ata. No caso do milho, carro-chefe da safra agrícola, as alterações ocorreram em 28 regiões de plantio, entre elas, Tianguá, Poranga, Umirim, Itapipoca, Assaré; Litoral de Camocim e Acaraú; sertões de Crateús, Quixeramobim, Inhamuns, entre outros.
Frutas frescas
A estimativa de produção de frutas frescas fechou abril com um resultado de 965.155 toneladas - um decréscimo de 1,86% frente ao prognóstico de janeiro (983.479), mas ainda com incremento de 1,60% em relação à safra obtida em 2009 (949.967t).
Opinião
Chuvas foram 43% abaixo da média histórica
Emanuel Itamar Lemos
Coordenador do Desenvolvimento da Agricultura Familiar - SDA
Analisando-se o período entre 1º e 15 de abril é possível verificar ocorrência de chuvas em cerca de 43% abaixo da média histórica, mesmo com a melhoria na quadra chuvosa. Há ainda outros agravantes tais como o registro de chuvas localizadas e presenças de veranicos em abril, apesar de menor intensidade. Todos estes fatores desestimularam os agricultores ao ponto que até o dia 30 de abril, da área estimada para plantio no começo do ano (1.418.506 hectares), só foi plantado 67%, havendo ainda replantio de 13,27% das áreas plantadas e perdidas.
Inclusive há regiões em que as áreas plantadas não atingiram a 50% do estimado, enquanto existem outras com perdas concretizadas até este momento de 60% no Cariri e 42% no Centro Sul. Por outro lado, existem regiões que as perdas ainda não podem ser contabilizadas em virtude dos plantios serem recentes e que caminham regularmente amparadas pelas chuvas de abril e começo de março.
De tal sorte que há ainda esperanças nestas regiões principalmente para as culturas de feijão e mamona. Falando em feijão, abre-se com este quadro excelente oportunidade para o plantio em áreas irrigadas tendo em vista os preços verificados no momento, a saca variando de R$ 240,00 a R$ 280,00. Seguramente da safra esperada de cerca de 270 mil toneladas dificilmente se conseguirá 50% desta expectativa. Além disto, há déficit deste produto no País em razão das fortes chuvas.
ISILDENE MUNIZ
REPÓRTER
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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