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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Disputa por refinaria fica entre Ceará e Maranhão.


Fortaleza. As primeiras diretrizes para o setor de petróleo na era do pré-sal foram reveladas pelo Plano Decenal de Expansão de Energia 2008/2017, publicado na última quarta-feira, no Diário Oficial e disponibilizado pelo Ministério de Minas e Energia para Consulta Pública até o dia 29 de janeiro de 2009. Entre os principais destaques que o plano traz para o setor de petróleo está pela primeira vez traçado um cenário em que há a suspensão de investimentos em uma das duas refinarias Premium, previstas para o Ceará e para o Maranhão; o início da produção da área de Carioca, no pré-sal da Bacia de Santos, junto com Tupi em 2010, entre outros assuntos. Estas primeiras indicações também lançam luz sobre o volume de produção, reservas, balança comercial do setor e até projeção de demanda do setor no período, dados que eram até então incógnitas, principalmente por conta do atraso no plano estratégico da Petrobras. A estatal postergou para janeiro a discussão sobre seus planos de investimentos para o período entre 2009 e 2013, por falta de premissas para fazer estas previsões. Já a EPE adotou o câmbio médio de janeiro de 2008, de R$ 1,70, e a previsão de um barril de petróleo médio de US$ 80 para o período. No estudo, a crise financeira mundial, que trouxe volatilidade a estas duas premissas são citadas brevemente: “os desdobramentos desta crise sobre a economia brasileira ainda não puderam ser totalmente identificados e, assim sendo, os estudos apresentados neste plano ainda não incorporam todas as suas conseqüências possíveis”. Entre os dados disponíveis, o plano cita que o País tem sua auto-suficiência em petróleo ameaçada, caso não construa as duas refinarias Premium previstas para os estados do Ceará e do Maranhão. De acordo com a projeção de produção versus demanda dos principais derivados para o País entre 2008 e 2017, a EPE aponta que o déficit de 1,2 milhão de litros que deve encerrar o ano de 2008 (considerando todos os combustíveis, até a nafta), pode saltar para 90 milhões de litros em 2017. Em um dos três cenários traçados pela EPE para este balanço é levantada a hipótese de apenas uma das duas refinarias Premium ser construída, mas mesmo assim tendo seu início postergado de 2013 para 2014, e sua segunda fase de 2014 para 2016 por conta da dificuldade de obtenção de crédito dentro da atual crise financeira. É a primeira vez em que se trata oficialmente do tema, já que a estatal petrolífera vem negando o cancelamento de qualquer projeto dentro de seu plano estratégico. PRÉ-SAL Área de Carioca poderá começar a produzir já em 2010 Rio. O plano decenal de expansão de energia elaborado pela EPE ainda aponta a possibilidade de a área de Carioca, localizada no pré-sal da Bacia de Santos, começar a produzir em 2010 junto com a área de Tupi, cujas reservas já foram avaliadas entre cinco bilhões e oito bilhões de barris. A área de Carioca, que ainda não possui estimativas declaradas, foi alvo de polêmica no início de 2008, quando o diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) afirmou que a área poderia ter reservas até quatro vezes maiores do que as já reveladas em Tupi. Ambas as áreas são as únicas apontadas pela EPE com início de produção em 2010. Nenhuma outra, mesmo Iara que já possui potencial de reservas de quatro bilhões de barris estimadas pela estatal, aparece no plano até 2017. Tupi e Carioca também são apontadas no plano decenal como sendo as duas principais áreas responsáveis por proporcionar picos nas reservas nacionais de óleo e gás natural respectivamente em 2009 e 2011. A expectativa é de que as reservas brasileiras de petróleo podem chegar a 37,7 bilhões de barris em 2011, puxadas principalmente pelas declarações oficiais a respeito de Tupi e de Carioca. Ainda sobre o pré-sal, o plano decenal aponta que a arrecadação nesta área, que deve ser de R$ 400 milhões em 2012, pode chegar a R$ 17,6 bilhões em 2017.

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